Eternizado como o adolescente Marty McFly de “De Volta para o Futuro”, o filme de 1985 dirigido por Robert Zemeckis que se tornou um dos símbolos da década de 1980, Michael J. Fox acredita que a produção recebe mais crédito do que merece. Em uma longa entrevista para a revista americana “Variety”, o astro de 61 anos disse que o enredo do arrasa quarteirão que arrecadou US$ 388,8 milhões (R$ 393,7 milhões) nas bilheterias de todo o mundo e rendeu duas sequências é “um absurdo só”, e fez questão de desenvolver o pensamento. “Se você parar pra pensar, e não quero ser rude, ‘De Volta para o Futuro’ conta a história de um filho que dá em cima da própria mãe. E ela dá corda!”, Fox explicou, em seguida deixando claro que entende a fascinação do público por algo tão “esquisito” e acha muito legal ver um de seus trabalhos sendo cultuados até hoje. Vale lembrar que a fita, também um sucesso entre os críticos, teve uma cópia arquivada no Registro Nacional de Filmes da Livraria do Congresso dos Estados Unidos, em 2007, em razão de sua relevância cultural que a torna digna de ser preservada.
Voltando ao bate papo de Fox com a Variety, o ator aproveitou a conversa para promover seu documentário “Still”, que estreou nessa sexta-feira na Apple TV+, e no qual ele conta sua própria história como alguém que chegou ao Olimpo de Hollywood e, aos 29 anos, foi diagnosticado com Parkinson. O choque por saber que dali pra frente sua vida teria limitações o fez recorrer ao álcool por um tempo. A má fase durou quase uma década, e terminou da melhor forma possível, com Fox criando uma fundação homônima, em 2000, para patrocinar pesquisas pela cura da doença. Hoje uma das mais importantes entidades de seu segmento, a Michael J. Fox Foundation for Parkinson’s Research já levantou mais de US$ 1 bilhão (R$ 4,9 bilhões) em prol da causa.
Fox já disse em outras ocasiões que acredita ser esse o seu maior legado, e não os feitos que conquistou na meca do showbiz. Em tom mais realista, o motorista mais famoso do icônico DeLorean também declarou no passado que, apesar de o tratamento de Parkinson ter evoluído muito nas últimas décadas, suas chances de viver além dos 80 anos são mínimas.