Empresário de tecnologia mais comentado do momento e tido como uma unanimidade entre seus pares, Elon Musk foi alvo de críticas em um artigo publicado na última edição da revista americana “Governing”, especializada na cobertura dos governos regionais e nacional dos Estados Unidos. O texto é assinado pelo consultor Dustin McKissen, comentarista de empreendedorismo do canal de notícias econômicas CNBC, que basicamente acusa Musk de posar de alguém capaz de construir grandes negócios do zero ao mesmo tempo em que recebe financiamento público para suas empresas – mais de US$ 5 bilhões (R$ 16,3 milhões) até agora, nas contas do profissional.
Apesar de reconhecer o talento e a genialidade do cofundador da montadora Tesla, McKissen acredita que empresários de tecnologia como ele, que se propõem a resolver alguns dos maiores problemas do mundo e não raramente possuem egos inflados e buscam a aprovação em massa, invariavelmente ignoram os benefícios que costumam levar das várias esferas do poder público americano e acabam esquecendo que, em muitos casos, estão mais em dívida com o resto da população do que o contrário.
O tema – delicadíssimo em qualquer país – está sendo cada vez mais debatido por lá, a medida que gigantes como a varejista online Amazon, o Uber, o Facebook e até a SpaceX, outra iniciativa de Musk, assumem o lugar de importância ocupado por corporações do “velho capitalismo” que controlavam o mundo sozinhas em outras épocas, envoltas em uma imagem de distanciamento em relação aos políticos, porém extremamente ligadas a eles nos bastidores.
“Empreendedores e startups são essenciais para o crescimento econômico, ninguém está questionando isso. Mas se esses empreendedores vão resolver algumas das questões que mais afligem as pessoas atualmente, há uma boa chance de que o farão em parceria com o setor público – gostem eles ou não”, McKissen escreveu, sugerindo que seria melhor se o Tony Stark da vida real reconhecesse a ajuda governamental extra que recebe de vez em quando. (Por Anderson Antunes)