Durante anos, Ed Razek – o ex-diretor de casting da Victoria’s Secret – foi um dos homens mais poderosos do mundo da moda. Basicamente, era ele quem escolhia as modelos que se tornariam nas “Angels” da marca, um trabalho que fez de muitas delas estrelas globais e, alguns casos, multimilionárias. Nos bastidores da gigante das lingeries mais famosa do mundo, no entanto, Razek tinha outra fama: a de assediador sexual, tal como uma espécie de Harvey Weinstein da cena fashion.
De acordo com uma matéria investigativa bombástica, publicada nesse fim de semana, pelo “The New York Times”, e apropriadamente intitulada “Angels in Hell” (“Anjos no Inferno”, em tradução livre), o executivo de 71 anos promoveu uma cultura de misoginia, intimidação e ameaças em suas relações com muitas das tops que desfilaram e posaram para os catálogos da VS.
Uma delas, Andi Muise, revelou ao jornal que recebia e-mails inapropriados dele com propostas sexuais. Segundo o “Times”, certa vez Razek também teria usado um linguajar inadequado para elogiar os seios de Bella Hadid, além de assediar moralmente muitas beldades durante os ensaios para o “The Victoria’s Secret Fashion”, chamando elas de “gordas” e coisas do tipo.
No ano passado, Razek pediu demissão da VS em protesto à contratação da modelo transgênero Valentina Sampaio, alegando que a escolha da brasileira ia contra a tradição da grife de “promover fantasias”. Mas àquela altura já haviam algumas acusações de assédio sexual contra o ex-bambambã circulando na imprensa americana. A propósito, Razek classificou as alegações publicadas pelo “Times” como “categoricamente falsas, mal interpretadas ou retiradas de contexto”. (Por Anderson Antunes)