Conhecido nos Estados Unidos como “Doutor Doom”, algo como “Doutor Fim do Mundo”, por causa das previsões apocalípticas, porém acertadas em geral, o economista americano Nouriel Roubini está convencido de que Donald Trump não será reeleito presidente dos Estados Unidos em novembro. Roubini, que identificou a formação da bolha imobiliária que gerou a crise financeira de 2007-2008 e na época tentou, em vão, alertar as autoridades americanas sobre o que estava por vir, acredita que a combinação da popularidade que Trump ostenta nas pesquisas com a crise do novo coronavírus deverão custar a ele seus tão desejados quatro anos a mais na Casa Branca. Os levantamentos mais recentes indicam que Trump é aprovado por cerca de 47% da população dos EUA, bem abaixo dos índices que outros presidentes americanos candidatos à reeleição mantinham em suas campanhas. Em tempo: uma nova pesquisa sobre a aprovação dele deverá ser divulgada ainda nessa semana, a primeira desde a pandemia de Covid-19.
Mas, além disso, e segundo a avaliação de Roubini, o republicano sempre deu ênfase às conquistas econômicas de seu governo, que agora correm o risco de serem anuladas em razão dos estragos causados nos mercados internacionais nas últimas semanas. Trump, por exemplo, vira e mexe se vangloria das altas do índice Dow Jones, atribuindo para si qualquer sucesso por trás disso. O problema é que o índice está perto de voltar aos números que registrou antes da posse do primeiro presidente americano bilionário, em janeiro de 2017, o que pode lhe custar seu principal discurso de campanha. No universo da política, no entanto, tudo pode acontecer. E Trump ainda tem muitos apoiadores que em hipótese alguma abrirão mão de apoiá-lo e lutar por sua vitória daqui oito meses. Isso, é claro, se as eleições presidenciais americanas não forem postergadas ou até mesmo canceladas por algum motivo extraordinário. (Por Anderson Antunes)