Segue de vento em popa o processo de repartição dos ativos da Mormaii com os funcionários da empresa. Quem teve a ideia de praticar o desapego foi o próprio fundador da fabricante catarinense de roupas e acessórios para surfe, Marco Aurélio Raymundo, mas conhecido pelo apelido Morongo. Pensando na aposentadoria e no dolce far niente que pretende curtir em breve, Morongo decidiu, há cerca de quatro anos, doar partes da empresa para alguns de seus funcionários de maior confiança, os quais ele acredita serem capazes de promover uma gestão melhor nos negócios.
Já foram finalizadas as trocas de controle em uma fábrica de roupas de neoprene da Mormaii e também do site de e-commerce da empresa. No fim do processo, Morongo pretende manter apenas a propriedade da marca Mormaii e o direito ao recebimento de royalties. Hoje com 64 anos, ele ainda surfa e planeja uma volta ao mundo em seu novo iate, de 21 metros, para o próximo ano.
Vale lembrar que Morongo recusou em anos recentes ofertas de compra da Mormaii feitas por bancos como o BTG Pactual e o americano J.P. Morgan. Este último chegou a oferecer ao empresário mais de R$ 1 bilhão por uma fatia majoritária na empresa em um negócio que ainda lhe garantiria um assento no conselho de administração. Ele recusou a oferta, entre outras coisas, porque teria que se mudar para Nova York, onde não poderia surfar. (Por Anderson Antunes)