“Eu não vim aqui para explicar, eu vim aqui para confundir”, essa é apenas uma das frases conhecidas de Chacrinha que marcaram uma geração. Agora, a expressão também é o nome do documentário sobre a história de Abelardo Barbosa, um dos principais comunicadores do país. Com direção de Claudio Manoel e Micael Langer, o longa “Chacrinha – Eu Vim Para Confundir e Não Para Explicar” estreia nos cinemas nesta quinta-feira e remonta o legado do Velho Guerreiro intercalando depoimentos de personalidades, imagens raras de arquivos e entrevistas antigas do próprio Abelardo. “Para competir com a vida real, a ficção tem que comer muito arroz com feijão”, explicou Claudio Manoel sobre o documentário que faz um resgate realista da dimensão do que foi o apresentador, que morreu em 1988.
O documentário passa por toda a carreira de Chacrinha, desde o início em Pernambucano como locutor de rádio, sua chegada ao Rio de Janeiro quando começou a trabalhar na Rádio Tupi, e revela como sua genialidade o destacou nos programas que comandava e mostra curiosidades da vida pessoal dele, sempre muito bem preservada. Conhecido por ter personalidade difícil e polêmica, Chacrinha vivia para o trabalho e fazia de tudo para estar sempre em primeiro lugar na audiência.
A produção traz declarações dos filhos dele Jorge Barbosa e Leleco e da viúva, Dona Florinda. Personalidades como Pedro Bial, Luciano Huck, Rita Cadillac, Boni, Stepan Nercessian, Angélica e Wanderléa lembram os principais acontecimentos na vida do comunicador. Além disso, outros amigos de Abelardo, que já faleceram, também vão aparecer para falar sobre a relação com ele, como Elke Maravilha, Chico Anysio e Gugu Liberato. Chefe de direção de programação e produção da Globo entre 1967 e 1997, Boni, por exemplo, abre o jogo sobre a estratégia de guerrilha que precisou usar quando, em 1972, Chacrinha decidiu num ímpeto trocar a Globo pela Tupi, além de outras histórias em que é possível entender mais sobre a sua carreira e a maneira como trabalhava.
“Chacrinha – Eu Vim Para Confundir e Não Para Explicar” mostra por que, mesmo depois de 32 anos depois de sua morte, Chacrinha ainda permanece na mente da população brasileira como um dos personagens mais memoráveis da cultura nacional. “O filme não é uma apologia ao Chacrinha, a gente não tinha pré-disposição de idolatrá-lo”, declara Claudio Manoel. Confira o trailer.