Os responsáveis por “Leaving Neverland” (“Deixando Neverland”), a polêmica série documental sobre os supostos abusos sexuais cometidos por Michael Jackson nos anos 1990, bateram o martelo: produzida pela “HBO” americana e pelo “Channel 4” britânico em parceria com a produtora canadense Kew Media, a atração dividida em dois capítulos que registraram recordes de audiência nos Estados Unidos, no Reino Unido e em vários outros países vai ganhar novos episódios a partir do próximo ano.
Os dois primeiros foram baseados nos relatos de Wade Robson e James Safechuck, que foram amigos íntimos do rei do pop quando eram crianças e afirmaram em vídeo terem sido abusados sexualmente por ele durante anos. Já os próximos terão como pano de fundo os julgamentos por crimes sexuais de 1993 e 2004 que levaram Jackson ao banco dos réus, e que em ambos os casos terminaram com acordos milionários selados bem longe dos tribunais.
Nas duas ações as supostas vítimas eram Jordan Chandler e Gavin Arvizo, ambos menores de idade nas respectivas épocas, que poderão ou não dar suas versões dos fatos (é que eles receberam milhões de dólares para jamais comentar o assunto em público, apesar de que advogados já trabalham para liberá-los da proibição). “Leaving Neverland” foi lançado no fim de janeiro durante o Festival de Sundance, e exibido na telinha no começo de março.
Desde então, o doc já foi vendido para mais de 130 territórios mundo afora, rendeu um especial apresentado por Oprah Winfrey e deverá continuar no noticiário sobre Hollywood durante muito tempo, já que a família de Jackson decidiu processar a “HBO” em US$ 100 milhões (R$ 382,1 milhões) alegando que a rede americana quebrou um pacto de não-agressão firmado com o intérprete de “Thriller” décadas atrás, com o qual se comprometeu a jamais levar ao ar qualquer coisa que prejudicasse a imagem dele. (Por Anderson Antunes)