"Agradeço a vocês por terem vindo com o coração aberto e por compreenderem que isso é única e exclusivamente uma homenagem a Elis Regina, a maior cantora que esse país já teve e terá. Sinto que, se isso for percebido ou intuído, minha missão estará cumprida."
* Foram estas as primeiras palavras de Maria Rita no palco do Vivo Rio, nessa segunda-feira, depois de cantar as três primeiras músicas do repertório do show-tributo à sua mãe – "Imagem", "Arrastão" e "Como Nossos Pais" – que vai rodar o Brasil para marcar os 30 anos da morte de Elis.
* Linda, quase uma aparição, com uma capa superteatral branca sobre um macacão também branco, Maria Rita, como não poderia deixar de ser, começou sua apresentação visivelmente nervosa, e só começou a relaxar depois de arrepiar os 800 convidados cantando "Águas de Março", a sexta música da apresentação.
* "Fizemos um bolão no camarim para ver quanto tempo eu ia resistir sem chorar aqui no palco. Eu já perdi, pois apostei que ia ser na primeira", brincou Maria Rita. Acertou quem acreditou em "Se Eu Quiser Falar com Deus", de Gilberto Gil, a 18ª música do repertório.
* O que mais ela cantou? "Alô, Alô Marciano", "Doce Pimenta", "Querelas do Brasil", "Tatuagem", "Fascinação" e "Madalena", só para citar algumas das 28 canções do set list. Nosso momento favorito? Além do forte bloco das canções politizadas – "O Bêbado e a Equilibrista" e "Menino" -, recriadas com vigor no palco por Maria Rita, a parte final, quando a cantora fez reverência a Milton Nascimento, que estava na plateia.
* "Uma das maiores heranças que herdei de Elis foi a amizade de Milton. Sempre me perguntam porque eu demorei tanto a cantar o repertório dela… Mãe é mãe, dá saudade. Fico imaginando as conversas que teríamos, os conselhos que ela me daria. Sei que seríamos grandes amigas", disse Maria Rita. Mais do que amigas, Elis ia ter muito orgulho da filha. Foi uma noite corajosa e memorável. Glamurama amou!