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A rainha Mary com o marido, o rei George V || Créditos: Reprodução
A rainha Mary com o marido, o rei George V || Créditos: Reprodução

Um documentário pra lá de polêmico que foi ao ar nesse fim de semana na televisão britânica trouxe nova luz a um assunto que é tido como tabu no Reino Unido: as circunstâncias misteriosas por trás da morte do rei George V, avô da rainha Elizabeth II. Exibido pelo Channel 5 nesse domingo e intitulado “The Tyrant King” (ou “O Rei Tirano”, em tradução livre), o doc apresenta o monarca que reinou entre 1910 até 1936 e sempre foi visto como entediante e totalmente sem graça como um verdadeiro vilão nos bastidores da monarquia mais famosa do mundo, daqueles típicos de contos de fadas.

Entre outras coisas, George V teria sido uma pessoa de convívio extremamente difícil, cheio de manias, cruel e exigente ao extremo com seus assessores mais próximos e até mesmo com a mulher, a rainha Mary, tratada por ele como uma verdadeira “escrava”, segundo os historiadores ouvidos pelos produtores do programa. Não bastasse tudo isso, o pai do futuro ex-rei Edward VIII odiava o primogênito (um sentimento que seria recíproco) e não concedeu auxílio ao primo Nicholas II durante a Revolução Russa de 1917 por pura birra. Por causa disso, e como é notório, o tsar da Rússia e sua família acabaram sendo executados pelos bolcheviques.

Mas a parte da atração que mais tem dado o que falar tem a ver com um trecho do diário de Bertrand Edward Dawson, que foi médico da família real durante o reinado de George V, no qual o profissional confessa ter injetado por conta própria e sem consultar ninguém um coquetel de drogas que envolvia morfina e cocaína na jugular do então chefe da Casa Real de Windsor quando este ficou terminalmente doente, e afim de acabar com seu sofrimento. As escritas de Dawson não são novidade, mas até então nunca haviam sido mostradas na telinha.

E além de ter feito a primeira eutanásia real de que sem tem notícia, o médico mais conhecido pelos britânicos por seu título de Lord Dawson ainda calculou que a injeção final no rei deveria ser administrada às 23h do dia 20 de janeiro de 1936, para que os jornais do dia seguinte tivessem tempo de anunciar seu falecimento na primeira página. Ao que parece, George V era leitor assíduo do “The Times”, e havia confidenciado ao assessor de saúde que odiaria “morrer fora do horário hábil” para ter seu nome impresso nas manchetes com a urgência que uma notícia desse tipo requer, apesar de que nunca pediu a ele para dar um jeito nisso caso fosse preciso. “O rei foi assassinado”, resumiu um historiador. (Por Anderson Antunes)

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