Há mais de 20 anos, a vida de Marina Diniz é movida a música e viagens para tocar nas mais variadas festas, tanto dentro como fora do Brasil. Mas o que acontece quando uma pandemia toma conta do mundo e uma das recomendações é o distanciamento social? Esse foi o desafio dela e de outros DJs desde março de 2020, que contou com pouquíssimas festas.
Para Marina, esse foi um momento importante de reflexão e de tornar a conexão com amigos e a família ainda mais fortes. “Como eu trabalho de DJ, acabo viajando muito, principalmente final de semana que normalmente é quando todo mundo está descansando. Então eu tinha perdido um pouco essa proximidade com os meus amigos, a minha família. Por isso, nessa quarentena eu pude ter conexões mais profundas com as pessoas ao meu redor. Na quarentena também comprei uma bicicleta, corri bastante e mantive uma rotina de alimentação bem melhor”, revela.
Como a maioria das pessoas, Marina também aproveitou o momento para investir em cursos e assuntos que antes ela não tinha tempo para aprender. “Como não estava tocando praticamente nada, exceto uma live ou outra, aproveitei para estudar, algo que eu não fazia há muito tempo. Então fiz vários cursos online, tanto de music business como de arranjos e produção musical. Fiz também cursos de cinema, de ‘science of well being’ para dar um refresh na minha cabeça. Eu toco já há 20 anos e minha vida era música, música, música, por isso aproveitei a quarentena para aprender”, conta.
A produção de músicas também fez parte do dia a dia da DJ. Após três meses dando um tempo desse mundo, Marina passou a trabalhar em novos projetos em casa. “Fiz vários remixes de clássicos dos anos 80 e 90, remakes como os do Marcos Valle ao lado do Pedro Almeida e o Dre Guazelli. E agora estou fazendo um remix de Promise da banda ‘When In Rome’, que já será lançada agora em dezembro, a música ficou linda. Também estou fazendo uma música autoral com um DJ de Goiânia chamado Pierre. Além disso, estou produzindo músicas eletrônicas com a participação de instrumentos de sopro, então eu espero que ano que vem já esteja tudo pronto”, revela.
Com a flexibilização da quarentena, as festas começaram a voltar, mas não como antes. De acordo com Marina, as grandes confraternizações que antes tinham por volta de 1000 pessoas, agora não chegam a 80 convidados. Mas, apesar disso, a presença do DJ na pista não é algo que pode ser substituído. “Na minha visão, o DJ é insubstituível. Por mais que exista Spotify, iPads com tecnologia de mixagem, o feeling do DJ na pista e em uma festa é imprescindível. Uma festa com uma playlist já gravada é muito diferente de ter um DJ ali, frente a frente”, desabafa.
Para o futuro, o desejo da artista é o mesmo de todos nós: a vacina capaz de imunizar a população da COVID-19, além de novos projetos musicais. Mas com o final do ano chegando, Marina já tem planos, dessa vez completamente diferente do habitual dos anos anteriores. A DJ costumava tocar em Punta del Este, no Uruguai, mas com as fronteiras fechadas, o destino é outro. “No Réveillon eu vou tocar em Trancoso. Ainda está tudo muito incerto sobre como vai ser, mas já estou com algumas festas para tocar. Estamos torcendo para que a prefeitura libere e que dê tudo certo”, conta.