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Pesquisa americana revela mudança de comportamento entre os muito ricos e mostra que discrição, viagens para locais exóticos e filantropia passaram a fazer parte da wish list de muitos deles || Créditos: Ilustração Cassiano Reis / Revista PODER
 Pesquisa americana revela mudança de comportamento entre os muito ricos e mostra que discrição, viagens para locais exóticos e filantropia passaram a fazer parte da wish list de muitos deles || Créditos: Ilustração Cassiano Reis / Revista PODER
Pesquisa americana revela mudança de comportamento entre os muito ricos e mostra que discrição, viagens para locais exóticos e filantropia passaram a fazer parte da wish list de muitos deles || Créditos: Ilustração Cassiano Reis / Revista PODER

Por Andrea Assef para a revista PODER de dezembro

Apague a imagem do milionário ao volante de um carrão esportivo com a mulher ao lado, cheia de joias, a caminho da marina para embarcar em um superiate de luxo ou do ricaço que vai viajar e deixa milhares de dólares em hotéis cinco-estrelas em cidades como Paris ou Nova York, por exemplo. Ao que tudo indica, milionários tipo ostentação são cada vez menos numerosos hoje em dia. Um estudo do Spectrem Group, consultoria financeira especializada em ultrarricos, mostrou que não se fazem mais endinheirados como antigamente. Divulgado em outubro deste ano, o levantamento, que ouviu 132 mil americanos com mais de US$ 25 milhões no banco, mostrou, por exemplo, que eles não gastam mais dinheiro em barcos como costumavam fazer até alguns anos atrás. Quando o assunto é comprar joias, por exemplo, os pesquisados também mostraram que estão fechando a carteira: 30% declararam não investir mais do que US$ 10 mil por ano para adquirí-las e apenas um em cada cinco disse fazer um desembolso anual superior a US$ 50 mil para comprar um carro, números que representam uma redução de 40% em relação a 2013.

Uma vida mais frugal e sem ostentação com direito a férias em lugares inóspitos como Antártida, Deserto do Atacama ou Nepal foram itens que apareceram entre as respostas do levantamento do Spectrem Group.  A filantropia também está no radar dos endinheirados, que preferem fazer doações para essa finalidade do que para campanhas políticas. Um exemplo recente é Mark Zuckerberg, fundador do Facebook,  que doou US$ 25 milhões para os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, para ajudar no combate à epidemia de ebola. Zuckerberg, assim como Bill Gates e Warren Buffett, bilionários conhecidos por suas polpudas colaborações, principalmente para pesquisas destinadas a descobrir a cura de doenças que atingem países pobres, são pontos fora da curva média de doações entre os muito ricos. Do total dos entrevistados, 58% reservam mais de US$ 10 mil por ano para a filantropia e 25% utilizam mais de US$ 25 mil para essa finalidade.

Porcelana e Felicidade

Além das viagens para locais exóticos e do interesse por filantropia, os ricos pesquisados pelo Spectrem Group mostraram estar interessados em coleções – desde que possam representar algum tipo de investimento no presente ou no longo prazo. Pelo menos foi o que disseram 60% dos ouvidos na pesquisa. A tendência apontada pelo instituto é corroborada pela Knight Frank, consultoria inglesa especializada no mercado de luxo. Segundo a Knight Frank, relógios, vinhos, carros antigos e cerâmicas chinesas são os itens mais em alta entre esse público.

Dinheiro não compra felicidade, é verdade, mas pode ajudar bastante a melhorar o estado de espírito. Entre os entrevistados, 49% atribuem grande parte de sua felicidade ao patrimônio acumulado. Ainda no quesito riqueza, 70% disseram que gostam mais de poupar e de investir do que de gastar. A atenção com o futuro, aliás, está entre os principais temas abordados durante as conversas com os pesquisadores: 53% se disseram preocupados com o que filhos e netos vão fazer com o patrimônio que herdarem. No que depender dos herdeiros essa preocupação parece não ter fundamento, já que os jovens da chamada geração Y ou Milênio, que nasceram entre os anos 1980 e 1990, também estão fugindo do estereótipo do milionário gastador. Essa é a conclusão de outra pesquisa, que também foi divulgada no mês passado e é resultado de uma parceria entre Morgan Stanley, empresa global de serviços financeiros, e Campden Wealth, consultoria inglesa especializada em atender aos ultrarricos e suas famílias.  Nesse estudo, 81% dos entrevistados consideram muito importante ter uma carreira de sucesso e 68% deles afirmaram que pretendem continuar trabalhando, mesmo depois de receber a herança.

Raios X

A economia mundial pode até estar vivendo dias complicados, mas o mesmo não se aplica à turma que tem dinheiro, muito dinheiro. Prova disso é que este ano a população mundial de milionários aumentou 7% em relação a 2013. O dado é da última edição da pesquisa Wealth-X e UBS Billionaire Census, realizada anualmente pela consultoria Wealth-X, especializada em consumo de alta renda, e pelo banco suíço UBS, que registrou a presença de 155 novos bilionários este ano no mundo –  57 deles nos Estados Unidos, o país com a maior concentração mundial de gente endinheirada. De acordo com o estudo, a idade média dos novos bilionários é de 60 anos e o patrimônio, de US$ 3,1 bilhão. Outro dado interessante é que a maioria não alcançou seu primeiro bilhão antes dos 40 anos e cerca de 90% deles são casados.

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