Direto de Londres: bate-papo com o autor de “Banksy por Trás das Paredes”

Capa do livro e painel de Banksy em Bristol, Inglaterra, sua terra natal

Por Verrô Campos

Quem é Banksy? O livro “Banksy por Trás das Paredes” (lançado por aqui pela Nossa Editora), do jornalista inglês Will Ellsworth-Jones, não responde a esta questão, mas conta a trajetória do artista e grafiteiro britânico e, paralelamente, a história da cultura do grafite na Inglaterra. Glamurama esteve em Londres e conversou com o autor.

Você sabe quem é Banksy? Eu sei quem ele é. Quando terminei o livro pedi uma entrevista, mas ele me disse que só a faria com a condição de ler o manuscrito, aí recusei.

Sua identidade é algo conhecido por muita gente? Não. Há investigações sobre o assunto na web, algumas bem boas. Mas no fim as pessoas perguntavam o porquê disso. Se ele quer manter sua identidade privada, por que não deixar assim?

Como estão os grafites de Banksy nas ruas hoje? Grande parte foi arrancada ou alterada por outros artistas do grafite (ele conta no livro sobre a rixa entre Banksy e Robbo, da old school do grafite londrino). Como uma pintura em um muro abandonado em Detroit, Estados Unidos, retirada por uma dupla de fãs. Foram meses de trabalho e cerca de 30 mil libras entre comprar e retirar o muro, inserir barras de metal para sustento e fazer o restauro (realizado por uma empresa que restaura afrescos e pinturas do século 15). Até onde eu sei, eles ainda não conseguiram vender a obra.

E por quê? Uma obra dessas pode chegar a 200 mil libras e o comprador quer um certificado. Mas Banksy não autentica obras que são arrancadas das ruas. Para ele, onde a obra está é parte integrante de seu significado.

Banksy é muito político, não? Muito não, mas um tanto político.

Painel em Detroit, Estados Unidos e na Cisjordânia
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