A última resolução política da Executiva Nacional do PT, que reuniu-se na terça-feira, está cheia de recados à presidente Dilma Rousseff. O mais importante: o partido exige mudanças na política econômica para permanecer ao lado do governo e não está disposto a se desgastar para que medidas impopulares, como a reforma da Previdência, sejam aprovadas no Congresso Nacional. “O Partido dos Trabalhadores somente apoiará soluções que sejam negociadas e pactuadas com o sindicalismo, as organizações populares e os movimentos sociais. O fórum quadripartite para a discussão da reforma previdenciária, formado por representantes de trabalhadores, aposentados, empresários e do governo, é bom exemplo do único caminho aceitável para a construção de uma agenda mínima nacional”, diz trecho do documento.
O PT foi além: aplaudiu a manutenção da Selic e a fritura de Joaquim Levy na Fazenda, mas ainda exige que seja lançado algum programa de ampliação do crédito.
O partido é curto e grosso. Argumenta que as “forças populares de esquerda” se uniram nas ruas em torno de três objetivos centrais: contra o impeachment, pela queda de Eduardo Cunha da presidência da Câmara, e por uma nova agenda na economia. (Por Malu Delgado)