Prestes a embarcar em uma turnê pelo Estados Unidos para promover o álbum de clássicos da língua inglesa “French Touch”, lançado em outubro, Carla Bruni passou os últimos dias dando entrevistas para várias publicações do país nas quais raramente escapa de perguntas sobre a primeira-dama Melania Trump, lembrando que a ex-modelo e cantora não somente ocupou o mesmo cargo durante o governo do marido, Nicolas Sarkozy, como presidente da França (2009-2012), como também foi apontada como suposto affair de Donald Trump no começo dos anos 1990 depois que o próprio presidente americano espalhou um boato de que havia terminado o casamento com Marla Mapples para ficar com ela.
Para quem não sabe, Trump costumava ligar para repórteres naquela época se passando por um tal de John Miller, um relações públicas de mentirinha da Trump Organization, disparando críticas a seus desafetos mas também contando histórias, nem sempre verdadeiras, que esperava que lhe deixassem bem aos olhos do público. “Não tenho nada para dizer pra ela, isso seria pretensioso”, Bruni explicou a um jornalista do “New York Daily News” quando foi questionada por ele se teria alguma dica preciosa para Melania.
“O máximo que posso dizer é que quando você vive essa situação a melhor coisa a fazer é se adaptar e manter um perfil discreto. E ajudar a maior quantidade de pessoas que puder. Uma das coisas boas dessa posição é que isso [ajudar os outros] é possível. Eu mesma recebia umas 400 cartas por dia com pedidos de ajuda feitos por pessoas
de todas as partes”, contou a intérprete de “Quelqu’un m’a dit”.
Em outra ocasião, Bruni mencionou as diferenças entre os EUA e a França para exemplificar aquilo que se espera das mulheres de presidentes nos dois países, e até lembrou que o ex-presidente François Mitterrand era casado mas mantinha uma segunda família com a amante Anne Pingeot. “Acho que nos EUA ou na Inglaterra isso seria impossível, mas os franceses gostam das coisas um pouco bagunçadas e misteriosas…”.
Outro tema que não passou despercebido nas conversas com a imprensa foi o escândalo sexual que abalou Hollywood desde a revelação dos casos de assédio atribuídos ao produtor Harvey Weinstein. Apesar de garantir nunca ter sofrido nenhum abuso do tipo, Bruni, que se apresenta no mês que vem em Nova York, afirmou que faz questão de ensinar os filhos – Giulia Sarkozy, de 6 anos, e Aurélien Enthoven, de 16 anos – que o mundo está cheio de predadores sexuais. “Isso nunca vai acabar e é melhor que eles estejam preparados para o pior”, disse. (Por Anderson Antunes)