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Guilherme Fontes durante premiação do Cinema Brasileiro, no Municipal do Rio || Créditos: Juliana Rezende

Depois da consagração de “Chatô”, que só no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro levou cinco estatuetas, Guilherme Fontes está agora de olho no mercado dos filmes de terror. Ele prepara um novo longa, o “Nem Morto”, ainda sem elenco definido. E, para quem pensa que o filme pode demorar a sair, a exemplo de Chatô, que levou 20 anos para estrear, ele avisa: “Vai ser um filme de terror e humor negro bem simples, que a gente pode chamar de comercial, para sair rápido. Depois vou fazer outro mais complexo, que ainda não sei se vai ser em forma de série ou de filme, sobre o futuro da religião”. Segundo ele, “a religião está cada vez mais submetendo o povo, cada vez mais protestante e cada vez mais próxima do poder”.

Sobre Chatô, ele disse: “Quando eu resolvi fazer o filme eu tinha 51 dólares no bolso, muito pouco para um projeto de 2 milhões. Eu estava numa época de fossa, de amor perdido e queria arranjar uma coisa maior naquele momento. Foi uma aventura e eu não medi o fato de que talvez não conseguisse o dinheiro na hora certa. E ficou uma lição: jamais comece uma obra sem ter todos os recursos. Mas eu teria mantido todas as decisões artísticas, profissionais e políticas. Eu dependia do estado e o estado me traiu. Você precisa saber muito bem em quem confiar no Brasil. O Brasil definitivamente não é para principiantes”.

Ele ainda disse que o desfecho foi de conto de fadas: “Sofri, sofri, e no final me dei bem”, mas que passou anos de sua vida angustiado. “Mas a caravana roda, e as coisas voltam pro lugar. Elas podem começar mal e acabar bem, assim como podem começar bem e acabar mal”, filosofou. Fontes lembrou ainda que muitas pessoas que hoje elogiam o filme eram críticos ferozes do projeto. “Teve até um grande dirigente do setor [do cinema] que me disse outro dia: ‘torci tanto por você, fiquei tão feliz com esse desfecho’. Isso é falso, esse ser humano me fez perder dez anos da minha vida. Mas eu fiz cara de paisagem, tenho mais o que fazer”. (Por Denise Meira do Amaral)

 

 

 

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