Um dos recursos mais utilizados pelos investigados na operação Lava Jato, a delação premiada também está em alta em Wall Street. Com a queda nos valores pagos em bônus pelos bancos aos executivos e o cerco cada vez mais fechado às irregularidades em grandes operações, muitos têm recorrido a acordos de colaboração com a Securities and Exchange Commission (SEC), o órgão que regula o sistema financeiro nos Estados Unidos.
Trata-se de um excelente negócio, já que por lá os delatores têm o direito ao anonimato assegurado pela Justiça e ainda recebem entre 10% e 30% dos valores recuperados pelas autoridades como prêmio pela boa vontade. Na semana passada, um banqueiro embolsou US$ 17 milhões (R$ 58,3 milhões) após entregar um esquema criado por seus pares e que gerou prejuízos multimilionários ao fisco americano. Foi a segunda maior soma paga pela SEC a um delator desde 2014, quando um outro banqueiro embolsou US$ 30 milhões (R$ 102,9 milhões) pelo mesmo motivo.
Desde 2011, quando começaram a ser usados pelo órgão, os acordos de delação premiada já renderam US$ 85 milhões (R$ 291,6 milhões) a 32 delatores. (Por Anderson Antunes)