Uma análise das declarações de bens entregues pelo vice-presidente Michel Temer ao Tribunal Superior Eleitoral nas eleições presidenciais de 2010 e 2014 mostra que as aplicações financeiras dele entre um pleito e outro tiveram um salto de 150%. Temer, que aparentemente prefere os investimentos com o mínimo de risco, declarou um patrimônio total de R$ 6 milhões ao TSE em 2010. Já em 2014, quando disputava a reeleição ao lado da presidente Dilma Rousseff, os bens declarados por ele somavam R$ 7,5 milhões. O aumento patrimonial de 25% se deve sobretudo aos investimentos financeiros do vice-presidente. Em 2010, ele possuía cerca de R$ 1,475 milhão entre depósitos em poupança e aplicações de renda fixa (CDB, RDB e outros). Quatro anos depois, esses mesmos investimentos totalizavam R$ 3,7 milhões.
O caso que mais chama atenção é o de um CDB junto ao banco Santander, com valor de R$ 550,6 mil na declaração de 2010. Na declaração de 2014, consta um CDB do mesmo banco com depósitos de R$ 2,28 milhões. Nas declarações de Temer também aparecem imóveis na cidade natal dele – Tietê, no estado de São Paulo – e na capital paulista, sendo o mais caro a casa onde ele reside com Marcela Temer no Alto de Pinheiros, com valor declarado de R$ 723 mil em 2014. Há ainda um Vectra Sedan Elite 2.4 2006, de R$ 50 mil, e um Audi A6 3.0 2003 blindado, de R$ 282 mil, além de cotas de empresas de capital fechado.
Vale lembrar que as declarações dos políticos ao TSE não refletem o valor real de seus bens, uma vez que eles não são obrigados a informar o valor de mercado dos imóveis que possuem, por exemplo, e apenas o valor histórico pelo qual foram adquiridos, sem correção. A regra é da Receita Federal e vale para todos os contribuintes. (Por Anderson Antunes)