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Jeff e Mackenzie Bezos || Créditos: Getty Images
Jeff e Mackenzie Bezos || Créditos: Getty Images

A notícia de que Mackenzie e Jeff Bezos resolveram se divorciar pegou todo mundo de surpresa, sobretudo o pessoal de Wall Street. Imediatamente depois que o fundador e CEO da Amazon anunciou a decisão deles no Twitter, na tarde desta quarta-feira, a ação da gigante do e-commerce negociada na bolsa eletrônica NASDAQ interrompeu uma sequência de altas e chegou a cair 1,25% no momento mais tenso do pregão, eventualmente terminando o dia valendo 0,04% a menos do que no fechamento anterior.

Não se trata de um exagero da parte dos investidores, já que aquele que promete ser o divórcio mais caro da história certamente afetará o futuro da empresa mais valiosa e comentada do planeta no momento e, com isso, a indústria que esta tem chacoalhado como poucas vezes se viu antes nos últimos tempos: o já combalido segmento de varejo tradicional. De certa forma, o fim do casamento de 25 anos de Mackenzie e Jeff também deverá marcar o começo de um novo ciclo na vida do empresário que conquistou o título de homem mais rico do mundo em 2017, uma vez que a partir de agora e por um daqueles motivos que chamam a atenção de todos – cifras vultuosas – ele terá que dividir os holofotes com a ex.

Isso porque os dois se casaram em 1993, um ano antes da fundação da Amazon, e em Washington, onde as leis estaduais estabelecem que a partilha de bens deve ser igualitária considerando tudo que os cônjuges conquistaram desde que trocaram alianças. A balança pode pesar ainda mais pro lado de Mackenzie caso sejam apresentadas provas de algum tipo de infidelidade da parte de Jeff, como promete fazer o tabloide “National Enquirer”, que anunciou para sua próxima edição a publicação de fotos em que ele aparece de mãos dadas com a ex-repórter Lauren Sanchez em várias ocasiões nos últimos quatro meses. Em resumo, isso significa que Mackenzie poderá ficar com metade da fortuna do companheiro de mais de duas décadas, algo em torno de US$ 70 bilhões (R$ 258,2 bilhões). É grana suficiente para transformá-la na mulher mais rica do mundo e colocar qualquer Ivana Trump no chinelo.

Mas quem, afinal, é Mackenzie Bezos? Nascida em 1970 em uma família de classe média de San Francisco, uma das mecas das empresas de tecnologia nos Estados Unidos, a ariana de 7 de abril estudou em uma escola particular de lá até os últimos anos do “high school” e em seguida se mudou para Nova Jersey, para estudar Inglês na prestigiada Princeton University. O diploma veio em 1992, e com louvor: a jovem apaixonada por literatura de sorriso largo foi a melhor estudante de sua classe e chegou a ser elogiada pela mentora que teve na faculdade, ninguém menos que Toni Morrison. “Uma das melhores alunas que tive até hoje em minhas aulas de processo criativo”, disse na época a autora de clássicos como “Amada”, “Jazz” e “Pérola Negra”.

Como precisava fazer a vida, Mackenzie deixou de lado o sonho de se tornar escritora e aceitou um emprego como analista contábil em Nova York, na D.E. Shaw, uma empresa de investimentos famosa no universo financeiro da Big Apple. Foi assim que ela conheceu Jeff, que chegou a ser vice-presidente da D.E. Shaw até resolver abrir mão do cargo e do salário polpudo que tinha para apostar em uma tal de internet, tendo a amada e mãe dos quatro filhos que viria a ter mais pra frente como sua maior “cheerleader”. O resto é história, mas não há uma entrevista gravada do número um entre os bilionários na qual ele não expresse a importância que o apoio de Mackenzie teve em sua trajetória pessoal e profissional.

Com Jeff no comando da Amazon mostrando a que veio, ela teve a chance de escrever vários livros publicados desde o começo dos anos 2000, sempre sem muito estardalhaço. Ainda assim uma das obras, intitulada “The Testing of Luther Albright”, até lhe rendeu um prêmio de “Livro do Ano” em 2006, concedido pela American Book Award. Em 2014, quando a conta bancária dos Bezos já estava nas alturas e a cobrança por mais iniciativas filantrópicas patrocinadas por eles se acentuava, Mackenzie fundou a ONG anti-bullying Bystander Revolution, para a qual hoje em dia dedica boa parte de seu tempo.

Caso assuma metade da fatia de 16% Jeff no controle da Amazon, é possível que ele passe a enfrentar a pressão de outros sócios minoritários para dividir um pouco do poder que acabou conquistando como resultado da diminuição de participação. Dificilmente, no entanto, Mackenzie o deixará em uma situação vulnerável, inclusive porque um dos advogados dela deixou escapar “estrategicamente” para a rede de televisão americana “CNBC”que o maior interesse de sua cliente é que a fortuna da família continue crescendo, e quem entende disso mesmo é Jeff. O negócio dela são os livros, mas não como produto. É só pra ler mesmo. (Por Anderson Antunes)

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