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||Créditos: Valério Trabanco/Divulgação
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Fábio Porchat está em todo lugar. Na TV a cabo, com “Tudo Pela Audiência”, no Multishow, e, na FOX, com as esquetes do “Porta dos Fundos” e em uma série inédita prevista para o segundo semestre. O coletivo de humor se mantém no YouTube com milhões de views, inicia internacionalização em Portugal e irá rodar o prometido longa com todo o elenco. Ainda no canal do Porta dos Fundos estreia um programa de viagem. Está em cartaz em São Paulo com duas peças: “Meu Passado me Condena” (cujo filme ganha sequência este ano) e “Fora do Normal”, de stand-up. E 2015, ano em que comemora uma década de carreira, tem mais. Este mês lança “Entre Abelhas”, filme que distancia Porchat do humor. Na trama, que define como “tragicômica”, ele é Bruno, um homem que após se separar da mulher passa a não enxergar mais os outros.

Por Pedro Henrique França para a revista PODER

PODER: De onde vem essa ideia do filme?
Fábio Porchat: Foi em 2004 ou 2005, mas é um tema que continua atual. Estamos cada vez mais fechados, tem gente que não precisa mais sair de casa para viver. As pessoas não se dão bom dia, não olham mais para outro, nem olham para o cara que está pedindo esmola. Estamos nos especializando em ignorar os problemas.

PODER: Você é assim?
Fábio Porchat: Todo ser humano faz isso. Tento evitar ao máximo, mas algumas vezes estou no restaurante mexendo no celular e, quando me dou conta, já estou em casa. Fui andando e nem vi o caminho que fiz.

PODER: “Entre Abelhas” é quase um drama. Você quer uma carreira mais versátil?
Fábio Porchat: Eu gosto de contar boas histórias – não importa se é drama, comédia ou terror. Sou ator, quero passear por todos os gêneros e essa era uma história que eu queria contar. É uma tragicomédia, mas isso não quer dizer que seja uma coisa que eu quero buscar.

PODER: Isso quer dizer que fará “Hamlet” um dia?
Fábio Porchat: Por que não? É uma boa história, poderia fazer tranquilamente.

PODER: O momento político é instável e há muitas discussões tipo Fla-Flu na internet. Isso é bom para o humor?
Fábio Porchat: A política brasileira é um prato cheio para o humor, os políticos, as atitudes, são presentes que eles dão para os comediantes. É mais fácil fazer piada quando as coisas vão mal. Logo, esse é um bom momento para fazer piada.

PODER: Há liberdade para fazer piada com todos os temas?
Fábio Porchat: Totalmente. Acho que temos liberdade total no “Porta dos Fundos”, nunca fomos processados, podemos falar do que a gente quiser. Não existe uma censura como na ditadura. A diferença é que tem mais gente chata, sem humor. Mas isso não dificulta, nos incentiva.

PODER: O “Tudo Pela Audiência” é uma sátira da televisão em busca de ibope. Qual é sua análise sobre a TV hoje?
Fábio Porchat: É um pouco quanto mais a televisão ficar preocupada com a audiência pior é conteúdo. O público não sabe o que quer ver, a televisão é que tem de apresentar qualidade. As TVs abertas e fechadas ficaram tão preocupadas com a audiência que esqueceram de prestar atenção nisso.

PODER: Essa superexposição é boa para a sua carreira?
Fábio Porchat: Ela me ajuda muito. Ninguém assiste a tudo, só os jornalistas e os muito fãs, que ainda acham pouco. Enquanto a superexposição for de trabalho tudo bem. Quando começar “Fábio bateu em não sei quem” ou “saiu do motel com três travestis”, aí, sim, é preocupante.

PODER: Onde nunca se verá Fábio Porchat?
Fábio Porchat: Em um filme pornô.

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