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“O lavrador de café”​, de Cândido Portinari, está entre as obras do acervo do Masp que integram a mostra “Arte do Brasil no Século 20” || Crédito: Divulgação

Depois de a “Arte do Brasil no século 19”, o Masp inaugurou nessa sexta-feira a exposição “Arte do Brasil no século 20”, com obras dos mais reconhecidos pintores do modernismo brasileiro. A novidade é a forma de exposição das obras, à la Lina Bo Bardi: elas são penduradas por painéis suspensos. A ideia faz parte da reestruturação pensada pelo novo diretor artístico do Masp, Adriano Pedrosa, e dos curadores Fernando Oliva e Luiza Proença, que procurar trazer o museu de volta às suas origens – quando as obras eram expostas em cavaletes de vidro e sem a divisão por paredes.

Em conversa com o Glamurama, a curadora Luiza Proença explicou essa retomada e adiantou que os cavaletes de vidro vão voltar já neste segundo semestre.

Glamurama: Em que a “Arte do Brasil no século 20” se aproxima do entendimento de Lina Bo Bardi?
Luiza Proença: A mostra recria uma expografia feita por Lina Bo Bardi para a coleção na primeira sede do Masp, de 1947 a 1969, na rua 7 de abril. Ela é feita com painéis suspensos, permitindo uma maior permeabilidade e uma visão mais ampla das obras reunidas no espaço, distanciando-se de uma linearidade da história da arte que a arquiteta sempre questionou.

Glamurama: Por que o Masp decidiu retomar esse olhar de Lina?
Luiza Proença: Os projetos de Lina Bo foram – e ainda são – radicais na arquitetura e na museografia brasileira, e existe um desejo de manter esse legado vivo no presente. No caso mais específico das exposições que o museu inaugurou recentemente, elas antecipam também a volta dos cavaletes de vidro para o segundo andar do Masp, prevista para outubro de 2015.

Glamurama: A partir do segundo semestre, o museu vai banir as paredes e adotar os cavaletes de vidro? Como será esse novo espaço?
Luiza Proença: O novo espaço será amplo e dialogará mais com a cidade e o público visitante. Os cavaletes projetados por Lina são suportes de vidro para as obras no espaço no lugar de paredes opacas. Desse modo rompem com uma narrativa convencional da história da arte, assim como a temporalidade linear e hierarquia que ela sugere. Há uma sobreposição de artistas, escolas, estilos e culturas em um mesmo espaço e tempo, onde o visitante se integra plenamente a eles e passa a ter uma presença mais ativa. Na parte de trás dos cavaletes podem-se encontrar informações sobre o artista e a obra. Para retomada dos cavaletes será necessário fazer alguns pequenos detalhes no projeto original, mas certamente será tão impactante quanto antes.

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Os cavaletes de vidro foram projetados por Lina Bo Bardi para a sede do Masp, nos anos 60

Em tempo: os cavaletes de vidro projetados por Lina Bo Bardi para a sede do Masp nos anos 60 foram aposentados nos anos 90, mas substituíram por muitos anos as paredes convencionais do espaço, como mostra a imagem acima. Ao tirar paredes e usar painéis suspensos, a exposição “Arte do Brasil no Século 20” inicia a transformação que trará de volta os cavaletes.

Abaixo, algumas obras da mostra.

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