Aproveitando a passagem do escritor angolano José Eduardo Agualusa por São Paulo, nesta quinta-feira, para lançar o livro “Milagrário Pessoal”, na Livararia da Vila da Vila Madalena, Glamurama pediu a ele que pensasse em uma história para um livro que se passasse em São Paulo. O resultado?
* “São Paulo é uma cidade imensa. Há aqui gente vinda do mundo inteiro. Tenho um amigo brasileiro, fotógrafo, que publicou há poucos meses um belo livro sobre um povo nômade do sul de Angola, os Cuvale, que ficaram isolados durante anos por causa da guerra. Fico imaginando a história de um chefe tradicional dos Cuvale que viesse a São Paulo, convidado por esse meu amigo, para assistir à inauguração de uma mostra de fotografia numa galeria de arte, e fosse confrontado com a grande cidade. Alguém vindo de uma civilização não tecnológica mergulhado numa cidade enorme, e que aqui encontrasse um pajé de uma tribo indígena, do Alto Amazonas. O que conversariam eles? Mais interessante ainda seria imaginar o encontro de dois xamãs, um africano, outro indígena brasileiro.” Escreve, Agualusa, por favor?