Quem vê Valentina Herszage aos 21 anos, um rosto relativamente novo na TV e cinema, não imagina que sua carreira começou cedo. A atriz entrou em uma escola musical aos 5 anos e lá aprendeu a dançar, cantar e atuar. Aos 11, fez o seu primeiro curta-metragem, intitulado ‘Direita É a Mão Que Você Escreve’, lançado em 2009. Foi naquele momento que Valentina, que ainda estava buscando o seu caminho, descobriu que era realmente isso que ela queria para a vida.
Mais tarde, em 2015, ela fez ‘Mate-me, Por Favor’ e, na pele de Bia, conquistou os críticos e ganhou o prêmio de Melhor Atriz no Festival do Rio. “Tinha 15 anos quando interpretei a Bia e essa era a mesma idade da personagem. O filme falava sobre relacionamento, virgindade e diversas questões que eu também estava enfrentando. Foi muito especial”, revela.
Bem-humorada, a carioca confessou que não imaginava receber um prêmio. “Nunca imaginei. Fomos primeiro a Veneza, onde Dora Freind recebeu o prêmio de melhor atriz, mas o Festival do Rio foi uma surpresa. Eu nem estava arrumada. Para ser sincera, não lembro nem o que eu falei. Foi uma emoção muito grande”, conta.
Atualmente na pele de Hebe, na série ‘Hebe, a Estrela do Brasil’, interpretando a apresentadora dos 15 aos 25 anos, Valentina comemora o fato de estar representando uma figura tão importante para a TV brasileira. “A cultura tem sido diminuída, colocada em um lugar baixo, e não deveria ser assim. Isso envolve educação, conhecimento, é de extrema importância. Em tempos como este, de machismo e preconceito, falar sobre a Hebe é incrível. A Hebe dialoga com a situação atual, com esse governo. Era contra isso que ela lutava”, conclui.
Confira nosso papo com a talentosa e engajada Valentina:
Glamurama: Você começou a sua carreira direto no cinema, com o curta ‘Direita É a Mão Que Você Escreve’. Nessa época, tinha só 11 anos. Como foi esse primeiro contato com a atuação?
Valentina Herszage: Com cinco anos entrei em uma escola de musical e lá aprendi a cantar, dançar e atuar. Então isso começou bem cedo na minha vida. Os meus pais sempre amaram cinema e lembro de assistirmos a musicais como ‘Hair’ juntos. Esse foi o meu primeiro contato com a arte.
G: Qual foi sua primeira e maior influência para começar a atuar? Seus pais sempre apoiaram?
VH: Eles não só me apoiaram, como me motivaram muito. Eles sempre foram fãs de cinema, televisão, literatura. E esse é um caminho que acabei seguindo por influência deles, e isso é ótimo. Mas, quando o assunto é atriz, por mais engraçado que pareça a coincidência, sempre acompanhei a Andrea Beltrão.
G: Em 2015, você fez ‘Mate-me, Por Favor’ e ganhou o prêmio de Melhor Atriz no Festival do Rio. Qual foi o maior desafio ao interpretar a Bia?
VH: Eu tinha 15 anos quando interpretei a Bia, e essa era a mesma idade da personagem. O filme falava sobre relacionamento, virgindade e diversas questões que eu também estava enfrentando. Foi muito especial. Acho que isso me deixou ainda mais próxima do cinema, foi o meu primeiro longa.
G: E você imaginava ganhar um prêmio tão cedo?
VH: Nunca imaginei. Fomos primeiro a Veneza, onde Dora Freind recebeu prêmio de melhor atriz, mas o Festival do Rio foi uma surpresa. Eu nem estava arrumada para subir no palco. Para ser sincera, não lembro nem o que eu falei. Foi uma emoção muito grande.
G: No teatro você recentemente fez ‘Lazarus’. Pode nos contar como foi essa experiência?
VH: Eu já era fã do trabalho do Felipe Hirsch e, quando começaram as audições, me inscrevi e passei. Foi incrível, principalmente por eu ser fã do David Bowie. Além disso, eu aprendi demais. Era a mais jovem do elenco, então cada cena era um aprendizado diferente.
G: Já na TV, você ganhou o público com a personagem Bebeth, de ‘Pega Pega’, de 2017. Qual sua melhor lembrança desse trabalho?
VH: Interpretar a Bebeth foi maravilhoso e as cenas que mais me marcaram foram todas as que ela contracenava com o canguru de pelúcia, chamado Flor. Eu começava atuando com o boneco e, depois, era tudo computação gráfica. Era difícil fazer essas cenas e passar a emoção que a personagem merecia. A Bebeth passou por um trauma que rendeu um transtorno psicótico, e eu precisava mostrar isso na TV com responsabilidade.
G: Você curte fazer novela? Tem alguma coisa em vista?
VH: Gosto, apesar de ser mais conectada ao cinema. No momento, não tenho nenhum projeto relacionado a novelas, mas estou sempre aberta. Nunca me fecho a nada. No momento, estou me formando em Artes Cênicas e quero focar nisso. Não pretendo nunca parar de estudar.
G: Agora, vamos falar sobre ‘Hebe’. Como conseguiu esse papel?
VH: A única coisa que eu fiz foi mandar um vídeo cantando para a produção da série. A Andrea (Beltrão) era fã da Bebeth e ela já tinha me falado isso, então fui aceita e logo em seguida já comecei a me preparar. Ao mesmo tempo em que eu queria muito, fiquei surpresa quando me ligaram falando que ganhei o papel. Tinha muita coisa sobre a Hebe que eu não sabia.
G: Tipo o quê?
VH: Eu não sabia que ela era morena quando jovem, por exemplo. Também não sabia que a Hebe era intérprete da Carmen Miranda. Foi uma surpresa incrível porque, além de estudar o universo da Hebe, também estudei sobre a Carmen, que foi uma mulher incrível.
G: Foi difícil dar vida a Hebe Camargo?
VH: Ela é muito diferente de mim, com seu jeito expansivo. Somos distintas até na maneira de falar, por isso, tive que mergulhar nesse papel. Já havia assistido Hebe na TV, mas procurei muitos vídeos, além de ter me preparado ao lado da Andrea para o papel. Acompanhei as filmagens dela para pegar as manias e trejeitos. Além disso, assisti ao longa sobre a ‘Hebe’ também. Foi essencial.
G: Teve algum momento marcante durante as filmagens?
VH: Teve uma cena muito marcante, que foi quando eu, a Andrea e a atriz que interpreta Hebe aos 10 anos gravamos na praia. Era final de tarde dia e nós corríamos e nos olhávamos. Ali era a interação das três Hebes, três momentos da vida da apresentadora. Foi um trabalho lindo!
G: A série é muito diferente do filme?
VH: O filme é incrível, mas a série abrange mais momentos da vida da Hebe, da infância até os últimos dias. Então, tem uma história mais completa. Para os fãs de Hebe, e quem gosta de série, é algo fantástico de assistir. Vale a pena por todos o detalhes que são revelados sobre a vida dela.
G: Tem outros projetos em vista?
VH: Rodei um filme chamado ‘Raquel 1.1’, da Mariana Bastos, mas ainda não tem data prevista de estreia. Cada vez mais trabalhar com cinema tem sido difícil.
G: A situação política atual tem atrapalhado?
VH: Demais e isso é visível. A cultura tem sido diminuída, colocada em um lugar baixo, e não deveria ser assim. Isso envolve educação, conhecimento, e é de extrema importância. Em tempos como esse, de machismo e preconceito, falar sobre a Hebe é incrível. A Hebe dialoga com a situação atual, com esse governo. Era contra isso que ela lutava. Uma mulher forte, que saiu do interior e lutou a favor das minorias.