Em “Segundo Sol”, Selma [Carol Fazu] e Maura [Nanda Costa] estão separadas desde que foi descoberta a traição da policial, que beijou seu colega de trabalho e doador do sêmen usado para gerar o filho que carrega, Ionan [Armando Babaioff]. Que confusão, né? O envolvimento heterossexual foi um balde de água fria para ativistas das redes sociais, com medo que a novela acabasse colocando de novo em pauta o retrógrado conceito de “cura gay”.
Glamurama já falou com Babaioff sobre o assunto: “Maura não se interessou por qualquer homem, foi por Ionan. Selma é o primeiro relacionamento homossexual dela. Ela nunca havia se relacionado com uma mulher antes. Ionan nunca se interessou por outras mulheres, sempre foi fiel. E se interessa pela Maura. E o interesse é na pessoa. Pessoa! Estou usando essa palavra para ser menos reducionista. Menos específico. Não sei se é bissexualidade. Eu acredito que a sexualidade é fluida”, nos disse o ator na ocasião.
O que Carol tem a falar? “Está supergostoso porque as pessoas que me encontram na rua torcem pelo casal Selma e Maura. O retorno que está chegando pra mim está nesse lugar menos preconceituoso. Tem uma torcida muito bacana pelo casal também na internet até porque a gente construiu um amor com muita verdade, com muito sentimento, desejo, doçura e delicadeza. Um amor completo, com as complexidades de um relacionamento. Então acho que a gente chegou como casal com muita empatia e naturalidade. A gente passou isso para o telespectador”.
Mas aí João Emanuel Carneiro, o autor da novela, colocou em suspenso essa história de amor… “Essas questões da trama, do roteiro, eu como atriz não julgo. Não julgo nem minha personagem nem o caminho da escrita. Tenho torcida pelo casal e acho que os conflitos são naturais em qualquer relação hetero ou homo, de amizade, familiar… Vamos ver o que vem por aí. Estou louca pra saber. Fico esperando os blocos de capítulo e torcendo. Confio no amor delas pela forma que foi construído. Quando um casal tem estrutura, foi construído em cima de sentimentos verdadeiros, há mais possibilidades de conseguir ser resgatado apesar dos conflitos”.
Sobre a importância para a comunidade LGBT de se retratar essa história de amor homossexual em tempos de Bolsonaro, a atriz comentou apenas: “Torço pela liberdade do amor e pela liberdade de expressão das pessoas”. (por Michelle Licory)