Uma disputa envolvendo o trono de Mônaco e pelo menos € 350 milhões (R$ 1,66 bilhão) de euros está em curso atualmente na justiça da França. Morador do país, o conde Louis Jean Raymond Marie de Vincens de Causans decidiu processar o estado francês por causa da interferência que este teria tido na coroação de Louis II como monarca do principado, em 1911.
O problema, segundo De Causans, é que seu avô, Guillaume II de Wurtemberg-Urach, deveria ter sido coroado no lugar do pai de Rainier III, cujo filho mais velho, o príncipe Albert, é o atual chefe de estado de Mônaco. Isso só não aconteceu porque uma lei aprovada às pressas naquela época, com incentivo dos franceses, proibiu pessoas nascidas em outros países de herdarem a coroa – Guillaume II era alemão, e em razão disso precisou abrir mão de sua posição na linha sucessória para dar lugar a Louis II.
O imbróglio se tornou ainda mais delicado anos depois, quando a tal emenda foi declarada ilegal. Mas daí a remontar toda a casa real monegasca seria um trabalho enorme, e as coisas acabaram ficando como estavam. Defendido pelo advogado Jean-Marc Descoubès, De Causans afirma nos autos que não quer tirar Albert do Palácio de Mônaco, sua residência oficial, e espera receber apenas as centenas de milhões a que afirma ter direito só por ser quem é.
“Eu quero que eles [os Grimaldi] apenas reconheçam que meu primo, o príncipe Albert, ascendeu ao trono por um truque muito bem planejado há mais de cem anos que teve a mão dos franceses”, ele reclama nos papéis da ação. “Na verdade, quem nos passou para trás foi o estado francês, e é dele que espero um ressarcimento financeiro”. Mon Dieu! (Por Anderson Antunes)