Apesar de ter surgido na Paris do século 19, a profissão de concierge está bombando mesmo é em Dubai, onde os profissionais dedicados a satisfazer os hóspedes dos hotéis mais luxuosos durante toda a estadia destes chegam a embolsar US$ 100 mil (R$ 379 mil) por ano em salário no caso dos mais gabaritados. E isso sem contar as gorjetas gordas que eles costumam receber dos clientes para os quais o preço das coisas não tem a menor importância, não raramente membros de famílias reais do mundo árabe e equivalentes.
O assunto chegou a ser tema de uma reportagem recente da “CNN”, que entrevistou Harold Abonitalla, concierge-chefe do hotel Habtoor Palace. Funcionário do cinco estrelas há 14 anos, o profissional contou para a rede americana de televisão que certa vez recebeu um pedido dos mais inusitados de um xeique: providenciar a entrega de um Rolls Royce Ghost de US$ 300 mil (R$ 1,14 milhão) para a mulher dele em menos de 24 horas.
“Deu o maior trabalho, isso aconteceu na noite de uma quinta-feira e como as sextas são dias sagrados para os muçulmanos [que são maioria em Dubai], quase todas as concessionárias estavam fechadas”, lembrou Abonitalla. “No fim encontramos um Phantom em um showroom de outra cidade, e custou aproximadamente US$ 95 mil (R$ 360 mil) para transportá-lo de avião até o local de entrega dentro do prazo estipulado”.
Existe até uma associação que reúne os melhores concierges do mundo, a Les Clefs d’Or, com sede em Paris. Se tornar membro da entidade não é tarefa fácil, e as exigências para tal incluem o mínimo de cinco anos de experiência em hospitalidade e a necessidade de notas altas em uma série de testes. Uma vez dentro, o principal benefício é o acesso a uma lista exclusiva de ricaços que preferem terceirizar a realização de seus desejos, custe o que custar. (Por Anderson Antunes)