Carlos Tufvesson, da Coordenadoria da Diversidade Sexual da prefeitura do Rio, não cabia em si de tanta felicidade nessa quarta-feira. Justamente no dia em que o estilista marcou o show de lançamento da campanha “Rio Sem Preconceito 2013”, no Circo Voador, foi publicada a nova resolução do Conselho Nacional de Justiça, obrigando qualquer cartório a realizar o casamento civil entre homossexuais. “Agora, além dos mesmos deveres, tenho os mesmos direitos. Sou mais brasileiro. Já tinha tentado casar três vezes com o André [Piva, arquiteto] e o juiz me impedia.”
* Preta Gil estava entre as atrações do evento. “Meu público GLS sabe que, onde eu estiver, a homofobia não entra. Já recebi mãe de fã no camarim para ajudar na aceitação da família.” Ela entende os amigos artistas que não saem do armário. “Ser gay não é algo de interesse público. Ninguém tem obrigação de gritar aos quatro ventos. Mas claro que um ídolo bem resolvido é exemplo para quem sofre.”
* Ney Matogrosso não anda lá muito otimista. “Às vezes parece até que andamos para trás. A sociedade de hoje está mais atrasada que a dos anos 70.” Mas e o que Caetano Veloso, que fechou a noite, estava pensando? Ninguém sabe. Ele chegou – como um flash – lá pela metade do show, mudo, ao lado do filho Tom e de Paula Lavigne. Alguém explicou aos jornalistas que era preciso aquecer a voz. Quando ele subiu no palco, foi ovacionado. Cantou “Desde que o Samba é Samba”, “Abraçaço” e, antes da banda terminar “Luz de Tieta”, Caetano já estava na rua, voltando pra casa.