A soprano Daniella Carvalho faz sua estreia no palco do Theatro São Pedro nesta quarta-feira com a ópera “O Amor de Três Reis”, obra de Ítalo Montemezzi – que agora ganha a sua primeira montagem brasileira. No papel principal, Daniella interpreta Fiona, uma bela e sedutora princesa que ganha o amor de três reis. “Foi o figurino mais ousado que já usei até hoje”, disse, em conversa ao Glamurama. A ópera fica em cartaz até o dia 29.
Glamurama: Como começou a cantar?
Daniella Carvalho: Desde criança eu adorava cantar. Comecei com o coral no colégio. Cantei até os 15, parei, e fiz psicologia, por 6 meses. Fiz vestibular para música e canto desde os 18. Meu negócio era cantar mesmo. Tive grande influência do meu pai. Ele tinha assinatura constante do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, então eu assistia a tudo. Já na faculdade, comecei bacharelado no Rio, mas, faltando um ano pra terminar, fui para os Estados Unidos e conheci uma professora que estudou com a Maria Callas. Me apaixonei pela técnica e pela maneira positiva dela de ensinar canto, e acabei ficando por lá. Pra mim não existe nada melhor na vida, pretendo cantar até fechar os olhos.
Glamurama: Quais seus papéis preferidos?
Daniella Carvalho: Minha voz esta no momento do boom, agora que estou podendo cantar alguns papéis para os quais fui feita. A cor da minha voz combina muito com o repertório verista romântico italiano. Tendo a cantar muito Puccini, minha voz combina muito com as heroínas românticas, que morrem, que têm paixão na voz. Tem a ver com nosso temperamento latino. Fiz Tosaca em dezembro, fui a Liu em Turandot, fiz Manon Lescaut no ano passado… Tive a sorte na vida de ir passando de um pra outro: tosca, liu, mimi, sour angelica, michela
Glamurama: E tem alguma ópera preferida?
Daniella Carvalho: A ópera preferida é a do momento. Peça sinfônica também. Como “A Floresta do Amazonas de Villa Lobos”, fiz no ano passado, baste interessante. O legal do “Amor dos Três Reis” é que é uma ópera muito pouco montada. Acho que só foi feita no Brasil no começo de 1900… A direção cênica é minimalista, mas de muito trabalho corporal, numa linguagem meio Bob Wilson. E acho que é o figurino mais ousado que usei até hoje: tem fendas, decotão, e um make supermoderno.
Glamurama: Onde você tem vontade de cantar?
Daniella Carvalho: Em todos os grandes teatros, todo mundo tem vontade de cantar. Aqui no Brasil já cantei em boa parte deles, mas sempre gostaria de voltar, principalmente ao Rio, de onde sou, a São Paulo e a Manaus, que tem uma das melhores orquestras do país.
*
Carioca e residente em Nova York, Daniella Carvalho segue rumo a sua temporada em terras brasileiras. No final de 2014 interpretou “An American Tour”, concerto com obras de Barber Geshwin com a Orquestra Sinfônica de Sergipe e a Amazonas Filarmônica com a premiere brasilera de Andromache’s Farewell. No início deste ano se apresentou em Curitiba com “A Floresta do Amazonas de Villa Lobos”, obra que ela repetiu em Santos ao lado da Orquestra Jovem do Estado de São Paulo. Após sua temporada paulista no Theatro São Pedro, a soprano segue para Manaus para o tradicional Festival Amazonas de Ópera, onde faz seu début no papel de Adriana, em “Adriana Lecouvreur”, e será a soprano solista na “Missa de Requiem”, de Verdi.
*
O figurino da ópera vai ficar exposto no metrô na Estação Marechal Deodoro, a partir do dia 30, um dia após o término da ópera. Fica até começar a próxima ópera, no dia 21 de abril.
O Amor dos Três Reis
Quando: 18, 20, 22, 25, 27 e 29 de março de 2015, às 20h (exceto as apresentações dos dias 22 e 29 marcadas às 17h)
Onde: Theatro São Pedro, rua Dr. Albuquerque Lins, 207, Barra Funda, São Paulo – SP, tel. (11) 3661-6600
Ingresso Rápido – Tel. (11) 4003-1212