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Ai WeiWei fotografando a vegetação brasileira || Créditos: Reprodução Instagram

Ai WeiWei, um dos artistas plásticos contemporâneos mais relevantes do mundo no momento, está em um affair forte com o Brasil. Veio ao país em agosto para acertar detalhes de sua mostra no país – na ocasião deu um belo giro pela cena artística de São Paulo – e voltou há cerca de uma semana  para acompanhar de perto a produção das obras que vão dar vida a uma nova exposição, a maior de sua vida, que entra em cartaz no dia 22 de outubro na OCA do Ibirapuera. E em se tratando de um artista acostumado em trabalhar em escalas monumentais como ele, isso implica em algo realmente grande.

Para a produção das obras, que serão feitas com matérias primas made in Brazil, como madeira e cestaria, além de cerâmicas, tecidos e metais, foi necessário montar dois ateliês: um em Trancoso, na Bahia, e outro em Cotia, em São Paulo. O primeiro já está funcionando a todo vapor e o segundo começa a operar dentro de alguns dias, segundo contou ao Glamurama o curador de arte Marcello Dantas, nome por trás da exposição do artista no Brasil. As equipes dos ateliês somam cerca de 40 artesãos, chineses e brasileiros. Com a dificuldade da língua, a comunicação da turma segue na base dos gestos e do amor à arte.

Peripécias artísticas de Ai WeiWei no Brasil || Créditos: Reprodução Instagram

A relação do artista chinês com o Brasil vem de muito tempo, desde quando seus pais falavam sobre o país de forma fantástica. O pai dele, o grande poeta Qing Ai (1910-1966), era amigo de ninguém menos que Jorge Amado (1912-2001). Apesar de seu declarado fascínio pelo país, sobretudo por sua cultura, WeiWei anda descontente com a dificuldade que está encontrando em importar materiais de outros países para suas obras, assim como transportá-los de um Estado para outro.

“Ele diz que o capitalismo no Brasil está pouco ‘azeitado’ e está achando terrível a logística no país”, explica Marcello. “Tem comparado como as coisas funcionam melhor nesse sentido na China e como é mais fácil um artista trabalhar lá, mesmo com a ditadura”.

E a quantas andam as peripécias do artista chinês nessa temporada por aqui – lembrando que ele se esbaldou em sua última passagem pelo Brasil? Ele inventou uma especialidade culinária que consiste em brigadeiro com pipoca, fez caipirinha de salada de frutas, ficou enlouquecido com fruta do conde (comeu com casca e tudo) e está tirando o molde de uma vaca… Marcello se diverte ao contar as experiências de WeiWei que, segundo ele, “é um cara muito bem-humorado”. Ah! O artista também já aprendeu a falar duas palavras em português: “foda” e “porra”.

À esquerda, vendedor de fruta do conde clicado pelo artista chinês. À direita, invenção gastronômica dele, com brigadeiro e pipoca || Créditos: Reprodução Instagram

Em tempo: batizada provisoriamente “Inoculação”,  a mostra que estreia em outubro terá estética inspirada no Brasil, colorida, viva e quente, distante do estilo que se conhece de WeiWei, mas com a irreverência que é sua marca registrada. Vem coisa boa por aí. Aguarde!

 

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