Regina Casé está de volta às novelas após um hiato de 18 anos, e ela simplesmente está roubando a cena em “Amor de Mãe”. Lurdes, sua personagem, é a queridinha do público. E não é para menos. A atriz e apresentadora consegue fazer com que todos desenvolvam uma irresistível empatia pela batalhadora mãe de cinco filhos. Além da TV, esse ano foi de consagração no cinema também. Regina está faturando vários prêmio por sua atuação em “Três Verões”. É talento que chama, né?
Aos 68 anos, ela está cortando um dobrado para dividir seu tempo entre premiações e as gravações da novela, e a família, especialmente o filho Roque, de seis anos, e o neto Brás, de dois. “Impossível ser tio e sobrinho, eles são irmãos, então já bagunçou o coreto”, se diverte ela sobre dos pequenos.
Mas era um desejo de Casé voltar a atuar. “Todo ano, exatamente nesta época, eu era questionada em entrevistas sobre meus planos para o ano seguinte e eu dizia: ‘Quero equilibrar melhor meu lado apresentadora com meu lado atriz’. Mas isso não acontecia porque não tinha como parar um programa que era um produto de linha”, revela.
Confira o nosso papo com Regina Casé sobre trabalho e família!
Glamurama: Você se dedicou durante anos à carreira de apresentadora, com programas incríveis como ‘Muvuca’, ‘Brasil Legal’ e ‘Esquenta’. Quando sentiu que era a hora de voltar às novelas?
Regina Casé: Eu queria muito já estar atuando na TV, por que eu sempre quis falar com todo mundo. E a gente sabe que no Brasil, infelizmente, quem tem acesso ao cinema e ao teatro é uma parcela mínima da população. Sempre quis falar com muita gente, por isso migrei do teatro e do cinema para a TV. Mas como eu estava sempre com um programa, era mais fácil conseguir um ou dois meses de férias e fazer um filme. Novela ocupa um ano. Como é que eu ia parar o programa durante um ano? Então, quando parou o ‘Esquenta’, foi possível finalmente realizar esse sonho.
G: Como foi o processo de retorno às novelas?
RC: Todo ano, exatamente nesta época de fim de ano, eu era questionada em entrevistas sobre meus planos para o ano seguinte e eu dizia: “Eu quero equilibrar melhor meu lado apresentadora com meu lado atriz”. Mas isso nunca acontecia, porque não tinha como parar um programa que era um produto de linha. Foi um programa atrás do outro desde ‘TV Pirata’. Isso foi aos pouquinhos me afastando, e eu achava que aquilo era um tempo curto que já ia passar, e eu voltaria a atuar. Mas quando me dei conta, já tinha passado muito tempo. Precisei colocar o pé no freio, tomar coragem, virar a vida de cabeça para baixo e atender meu apelo interno – e externo – de voltar a ser atriz.
G: Com qual característica de Lurdes, sua personagem em ‘Amor de Mãe’,você mais se identifica? E com o que não concorda?
RC: Eu me identifico, evidentemente, com a mãe loucamente apaixonada pelos filhos, mas não creio que eu seria capaz de fazer as loucuras que ela faz.
G: Falando sobre maternidade, como está sendo gravar uma novela e cuidar do Roque?
RC: Esse lado está realmente puxado. Eu tenho deixado ele dormir quase todo dia com a gente, porque morro de saudades e ele sai muito cedinho para a escola. Então, ele tem que dormir cedo. Muitas vezes chego em casa e ele já está dormindo. Aí eu deixo ele na minha cama para a gente pelo menos acordar juntos. Agora ele está de férias, se bobear, eu faço como fazia no ‘Esquenta’, e trago ele junto comigo para o trabalho.
G: O que mudou quando ele chegou à família, que já estava em outra dinâmica, com sua filha Benedita adulta, você e Estevão mais velhos?
RC: Na verdade, ele foi muito desejado, sonhado, a gente queria muito ter um filho, eu e o Estevão. Tentamos muito, de todas as maneiras. E quando a gente estava achando que o caminho era ter um neto, deu tudo certo e chegou o Roque, essa maravilha. Mudou totalmente a dinâmica. É muito mais puxado, exige muito mais da gente. Mas também é muito melhor, a gente é muito mais feliz com ele.
G: E qual a diferença entre ser mãe de Roque e avó de Brás, tudo junto e misturado?
RC: No comecinho, dava para eu sentir mais: “eu sou mãe do Roque, avó do Brás”. Mas agora eles já são uma dupla. Impossível ser tio e sobrinho, eles são irmãos, então já bagunçou o coreto. O Brás às vezes me chama de mãe e vice-versa. Nossa família é atípica, realmente. E eu acho que essa nova arrumação, esse jeito que a gente criou para conviver tem dado muito certo, e foi uma benção para o Roque ter um irmão mais novo tão legal quanto o Brás.