O Brasil ganhou uma nova “namoradinha” este ano vinda diretamente da novela “Vai na Fé”, da TV Globo. Divertida, debochada, carismática e sem limites… Kate, ou Katelícia, como preferir, é a bola da vez. Suas peripécias pela trama, como seu relacionamento mal intencionado com Theo, personagem de Emílio Dantas, apelidado por ela de Gato Senior, e, mais recentemente, em fase romântica com o problemático Rafa (Caio Manhete), que é filho de Theo, dão o que falar. Sentiu o drama? Por trás dessa confusão toda está Clara Onyinyechukwu Moneke , atriz de 24 anos que está roubando a cena. Filha de mãe brasileira e pai nigeriano, nascida em São Paulo, ela carrega a cultura africana em tudo que a cerca, desde o jeito de ser até seu estilo. Indepente desde os 18 anos, a Sagitariana, com Sol e Lua em Sagitário atalmente vive no Rio de Janeiro com o publicitário Tácio Fidelis, seu namorado há dois anos.“Aos 18 fui para o alojamento da faculdade, UFRJ (onde cursou Hotelaria), depois morei no Vidigal com um amigo, no centro do Rio sozinha e nos últimos tempos com meu companheiro. Temos uma convivência incrível, aliás sou uma pessoa muito boa de convivência. Sempre foi muito bom morar com pessoas, não gosto de morar sozinha. Sou muito do coletivo, preciso saber que tem alguém ali no cômodo ao lado, que irá chegar alguém”, confessa. Confira o papo que tivemos com a talentosa Clara e entenda por que ela conquistou todo mundo:
Como está lidando com o sucesso logo em seu primeiro trabalho na TV?
Me sentia insegura de como minha personagem ia ser aceita, se a novela seria bem aceita, como ia me desenvolver. Eram muitas perguntas, insegurança. Quando vi o público se identificando e que estava no caminho certo, foi quando consegui relaxar e tudo passou a fluir de uma forma mais gostosa e prazerosa. Está sendo muito louco essa mudança na minha vida, mas procuro não me deslumbrar e não planejar muito à frente. Sei que meu trabalho vai crescer mais, então tenho paciência, prazer e privilégio de viver esse momento.
Aliás, conta pra gente como foi o processo para conseguir o papel da Kate?
O convite surgiu no meu Instagram pela Patrícia Rache nossa querida produtora de elenco, que me viu na foto de alguém e me chamou para fazer o teste. Na época nem podia acreditar, a Globo era um lugar muito distante. Quando a Kate chegou para mim, me identifiquei na hora. Mandei meu teste e em uma semana me chamaram para o teste presencial. Lá descobri que já tinham todos os personagens, menos a Kate. Para a Kate foram feitos mais de 100 testes, já em fase de preparação e nada. Até que me encontraram e começamos esse lindo trabalho.
Como você vê a Kate?
É a pessoa com mais amor próprio que conheço. Ela muito autêntica, sabe o que quer, muito sensível e ingênua. Muito sonhadora, comunicativa, do tipo que resolve tudo e sempre dizendo o que pensa e dando conselhos. A Kate é o amor do Brasil.
Em que você se identifica com ela?
Essa alegria, certeza, amor próprio, temos em comum, sim. Kate me ensina muita coisa também. Às vezes, ela fala o que ninguém quer falar. E esse alto astral, energia que move tudo ao redor. Ela chega e bota para quebrar.
Em que vocês são totalmente opostas?
Na minha família Kate não ia se criar com aquelas respostinhas dela. Ela ia escutar poucas e boas.
Se inspirou em alguém para a personagem?
Sou como ela e isso é muito bom. Kate tem muito da Clara. Sou extrovertida, minha família é muito boa, sempre da brincadeira. Ela sabe se zoar, eu também. A pessoas dizem que sou engraçada, então tentei trazer isso para a Kate. É impressionante como a personagem é viva. É como se fosse uma plantinha que germina e dali se transforma em Kate, um pouco de Clara, o que vejo na rua, observo nas pessoas, um pouco do que me inspiro em diversas Kates’ que já conheci. A mistura disso tudo deu naquela Kate real e única.
Taís Araújo te elogiou dia desses. O que sentiu?
Senti borboletas saindo do estômago. Fiquei gelada dos pés à cabeça. Aquilo não foi um elogio, ela me enalteceu, reconheceu meu talento e me colocou no pedestal. Fez muito mais que um elogio e me sinto muito grata. Sinto uma responsabilidade e um peso de ser reconhecida por uma das maiores referências para mim.
Como é estar em uma novela com protagonismo negro?
É estar em paz. Me sinto em casa, acolhida. É uma coisa que deveria estar acontecendo há muito tempo e, infelizmente, é novo.
Quais são suas referências na profissão e na vida?
Na profissão tenho várias referências. As mulheres pretas sempre me trouxeram muita inspiração, como Léa Garcia, Ruth de Souza, Viola Davis, Lupita Nyong’o. Mas as maiores são as mulheres da minha família, que passaram por situações super difíceis, caíram e levantaram sem desistir.
Você já pensou que está sendo referência para jovens pretas que sonham ser o que querem ser?
Já pensei sim e sinto uma responsabilidade estratosférica nas costas. De continuar o legado de muitas pessoas que abriram as portas e que firmaram este compromisso de mostrar como nós, pessoas pretas, somos talentosas e merecemos nosso espaço. Me sinto muito honrada e espero cumprir esse propósito majestosamente.
Mudando um pouco de assunto, você disse uma vez que as roupas da Kate são tão pequenas que a equipe tem que esconder o microfone no seu cabelo. Conta pra gente como é o clima nos bastidores, momentos divertidos, curiosidades…
São várias situações, sim. O clima dos bastidores dá pra ver na internet. São momentos divertidos, descontraídos, sempre conversando e fazendo fofoca. A curiosidade é essa: Somos fofoqueiros demais! Quando nos juntamos para almoçar, é fofoca que não acaba mais. Tem coisa mais gostosa que fofoca de famoso? Não tem. Nosso time do “Vai na Fé” adora uma conversa fiada.
Como a Kate, você curte um Gato Sênior?
Não curto muito, não. Costumo me relacionar com caras mais velhos que eu, meu namorado é mais velho. Só que não chega a ser um gato sênior. Gosto de sênior, não, gosto que sejam maduros e legais.
E o que podemos esperar da Kate daqui pra frente?
O que posso dizer é que irá aprender com os erros dela. O maior aprendizado dela será errar para aprender, tudo que ela fizer terá um retorno. O mais legal dessa novela, é que tudo tem uma resposta, um morde e assopra. O Theo foi o primeiro choque de realidade e aprendizado que ela passou. E vem mais por aí.