Extra! O Palácio de Buckingham acaba de divulgar na tarde dessa segunda-feira uma nota oficial confirmando que Elizabeth II não participará da tradicional Abertura Anual do Parlamento do Reino Unido, em Londres, que acontece nessa terça-feira (10). Citando “problemas de locomação episódicos” da monarca de 96 anos, e também o “desejo expresso” dela de pular a cerimônia política de 2022, o comunicado informa ainda que o príncipe Charles a substituirá.
No fim de março, GLMRM já tinha adiantado essa possibilidade, na ocasião citando o interesse de Sua Majestade de “dar um up” na popularidade de seu herdeiro natural e futuro rei da Inglaterra. Mas, aparentemente, já fazem alguns meses que a cabeça da Casa Real de Windsor vem apresentando dificuldades para andar, o que seria ainda mais difícil para ela na Abertura do Parlamento, ocasião em que precisa usar vestimentas e uma coroa que pesam vários quilos.
Ao longo dos 70 anos de reinado que completou em 6 de fevereiro, e que deverão ser comemorados durante todo esse ano de seu Jubileu de Platina, Elizabeth II não abriu o Parlamento britânico em apenas duas ocasiões: em 1959 e 1963, quando estava grávida e quase ganhando seus dois herdeiros mais novos, respectivamente os príncipes Andrew e Edward.
Show de poder
Considerado um evento meramente simbólico, apesar de que tal simbologia representa uma monarquia parlamentar com doze séculos de história e que vive de se exibir pro mundo, a Abertura do Parlamento britânico consiste em algumas formalidades que permanecem as mesmas desde 1215, e tem como ápice o discurso lido por seu chefe de estado monárquico e escrito pelo governo deste – que, na verdade, foi eleito pelo povo e decide fazer o que quer sozinho.
Tal discurso contém frases como “a prioridade do meu governo nesse ano será” tal e “meu primeiro-ministro fará” isso ou aquilo. Tecnicamente, fazem sentido, já que nenhum PM assume o número 10 da Downing Street sem ser convidado pelo morador número um do Palácio de Buckingham para “formar um governo em meu [seu] nome”, apesar de que a ocupante atual da residência oficial pode demitir qualquer um e convocar novas eleições quando bem entender – poderes que tem, mas não usa.
Há, no entanto, um momento do evento oficial que mostra toda a pompa e circunstância britânicos que é tido como um daqueles em que a avó do príncipe William, que também será rei um dia, costuma usar para mostrar seu maior poder – assim como faziam seus antecessores – e, no caso dela, depois de sua alta popularidade, que é quando ela menciona os planos das Forças Armadas do Reino Unido para o ano soltando um imponente “as minhas Forças Armadas”. É que os mais de 152 mil militares britânicos na ativa, quando ingressam nas chamadas oficialmente Forças Armadas de Sua Majestade, juram fidelidade ao detentor da Coroa, e não ao Parlamento ou ao governo e nem mesmo ao povo.