Cineasta Viviane Ferreira, que fez história no audiovisual do país, fala de representatividade e inclusão no Oscar: “Oportunidade de reconhecer a necessidade de reparação histórica”

Viviane Ferreira e Joyce Pascowitch / Crédito: Instagram

Recentemente, a cineasta Viviane Ferreira foi eleita Presidente do Comitê Brasileiro de Seleção do Oscar 2021 e fez história ao ser a primeira cineasta negra a ocupar o lugar. Em sua atuação na sétima arte, mais uma vez, ela quebrou paradigmas ao ser a segunda mulher negra brasileira a dirigir um filme de longa metragem, “Um Dia com Jerusa”.

Com um currículo tão extenso e importante, Joyce Pascowitch conversou com Viviane na live dessa quarta-feira, em que elas falaram sobre suas raízes, cinema nacional, necessidade de inclusão e as mudanças no Oscar: “Tenho uma trajetória política e artística no setor audiovisual brasileiro e a responsabilidade de contribuir com o processo de democratização da nossa linguagem e da arte no país. Recebi o convite da Academia Brasileira como uma missão”, revelou.

Aos 35 anos, Viviane falou também sobre a decisão da Academia do Oscar, que inclui cota mínima de representatividade nas produções americanas, seja no elenco ou na administração do projeto, para que o longa possa concorrer na categoria de ‘Melhor Filme’, a partir de 2024: “Quando o maior palco de produções audiovisuais do mundo mostra que quer ouvir as vozes silenciadas, e nós temos diversas vozes, significa que há uma oportunidade do Brasil reconhecer a sua necessidade de reparação histórica”, explicou a decisão da Academia de cinema americana ao contextualizar com o mercado no Brasil e explicar: “Acho uma grande oportunidade para o nosso mercado audiovisual. Sabemos da desigualdade que permeia o setor e também que a sociedade brasileira é composta por 54% de negros, então podemos dizer que mais da metade da população não tem acesso às oportunidades da linguagem audiovisual na potência criativa que podemos entregar para o mundo”, disse a cineasta.

Nascida e criada no Coqueiro Grande, na região periférica da cidade de Salvador, Viviane é mestre em políticas do audiovisual pela UNB, e advogada com atuação focada em direito do entretenimento. A seguir, confira a live completa: uma aula sobre cinema e representatividade.

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