A Defensoria Pública de São Paulo, mais precisamente a unidade da Liberdade, está recebendo a ajuda de uma voluntária pra lá de ilustre desde essa terça-feira. Daniella Cicarelli começou a fazer estágio não remunerado – ela cursa Direito – lá e está adorando a experiência. Quem também deve estar gostando é o público que passa por lá, né? Glamurama conversou com Cicarelli para saber como foi o primeiro dia como estagiária.
* Por que você optou em fazer estágio na Defensoria Pública?
“Bom, como estou no quarto ano da faculdade, eu tinha de começar a fazer estágio para poder me formar. Há uma carga horária que precisa ser cumprida. Eu tinha duas opções: ou procurava um escritório bacana, grande, ou iria para a Defensoria Pública ajudar as pessoas que não podem pagar por um advogado. Escolhi a defensoria, que é um trabalho voluntário e tem uma parceria com algumas universidades.”
* Como foi o primeiro dia de trabalho?
“Foi muito engraçado porque as pessoas levam um susto quando me veem lá. Fico sentada numa mesa, com outros profissionais, e as pessoas vêm até nós. O primeiro cara que chegou lá, quando me viu, começou a procurar câmeras, achando que fosse pegadinha! Ele contou o caso dele, que tinha a ver com separação e pensão alimentícia, e depois de 40 minutos lá ele ainda acreditava que aquilo era uma pegadinha.”
* E como você se sentiu no papel de advogada?
“Olha, eu vi que advogado é meio psicólogo também. Preciso tomar cuidado para não me envolver muito, porque eu ouço as histórias e fico querendo ajudar. Agora estou viciada, uma coisa doentia mesmo, naquela série “Grey’s Anatomy”, e vejo que os médicos enfrentam esse dilema de não se envolver com o paciente…”
* De onde veio essa vontade de fazer Direito?
“Desde pequena sempre quis ser advogada, era um sonho. Quando eu era criança, tinha uma vizinha que era juíza, e ela era loira, muito linda, tinha marido, filho, e eu achava aquilo tudo o máximo! Mas quando saí da escola não consegui passar no vestibular pra Direito e acabei fazendo Administração. Em seguida mudei pra São Paulo e comecei a trabalhar como modelo, apresentadora… Depois de sete anos decidi que queria estudar de novo. Estou amando o curso, é bom que dá noção de tudo: filosofia, economia, medicina legal. Vou até ao IML.”
* Você sempre quis fazer Direito, mas acabou indo pra outros caminhos… Imaginava que iam acontecer tantas mudanças na sua vida?
“Nunca pensei que seria modelo. Eu era muito magra, uma vara de pescar. Usava aparelho, era muito branca, uma coisa horrorosa! Mas gosto dessa coisa de ser multifacetada, cada hora fazer uma coisa diferente. Já estou pensando até em fazer outra faculdade, de psicologia. Meu pai disse que estou ficando louca já! (risos).”