Feminista das mais antigas em Hollywood, Cher foi uma das famosas mais aplaudidas na Marcha das Mulheres que rolou nesse domingo em várias cidades dos Estados Unidos. Presente em uma passeata de Las Vegas, a cantora e atriz discursou com entusiasmo e denunciou o que classificou como “um dos piores momentos de nossa história” no que diz respeito aos direitos das mulheres. “E é justamente por isso que eu acredito que serão as mulheres as responsáveis por consertar isso”, a intérprete de “Believe” bradou ao microfone diante de milhares de pessoas. “E eu não estou de brincadeira… Se quiser um serviço bem feito, chame uma mulher”.
Cher aproveitou a ocasião para comparar as carreiras de Fred Astaire e Ginger Rogers. O primeiro, segundo ela, é visto até hoje como um gênio da dança, enquanto a atriz e dançarina é lembrada por poucos. “Eles dançaram juntos e só elogiavam ele, falavam que a Ginger dançava ‘pra trás’ em seus saltos. E assim que [nós] mulheres fazemos: dançamos para trás de salto alto”.
Por fim, a vencedora do Oscar de Melhor Atriz por “Feitiço da Lua” (1988) contou que perdeu parte de sua independência quando se casou com Sonny Bono em 1969, então com 23 anos, e que como mulher de negócios precisa pedir três vezes pelo que homens pedem apenas uma vez. “Quando você vai atrás de algo, você é uma ‘bitch’, mas se não for atrás passam por cima da gente”, reclamou.
Vale lembrar que, desde meados do ano passado, Cher atua ao lado de Meryl Streep – outra celebridade feminista – nas gravações da continuação de “Mamma Mia!”, o musical hit de 2008 que faturou mais de US$ 609 milhões (R$ 1,95 bilhão) nas bilheterias mundiais. Filmada na Croácia, a superprodução deve chegar aos cinemas em julho. (Por Anderson Antunes)