Carolina Dieckmann vai impressionar o público com seu novo papel no cinema. Ela vai dar vida à misteriosa Diana, uma mulher que é estuprada por dois homens em sua própria casa, mas que opta pelo silêncio, no novo filme de Marco Dutra, “O Silêncio do Céu” – que teve pré-estreia nesta terça-feira no Rio. No filme estão ainda Leonardo Sbaraglia, de “Relatos Selvagens”, como o marido de Diana, e Chino Darín, filho de Ricardo Darín, no papel de um dos estupradores. Abaixo, o bate-papo de Carol com o Glamurama.
Glamurama – Como foi a preparação para a cena de estupro?
Carolina Dieckmann- Não teve muita preparação. O que teve foi muita conversa. O Marco [diretor] já tinha essa cena muito bem estudada, o que ele queria passar e as maneiras que ele queria filmar. Ele tinha milhões de story boards. E eu fiquei totalmente disponível, sem problemas para nudez nem de nada.
Glamurama – Foi muito desgastante fazer essa cena?
Carolina Dieckmann- Levou dois dias para fazer só a cena do estupro, porque ela tinha que ser filmada dentro da casa e fora da casa, que era a visão da Diana e a visão do Mario [Leonardo Sbaraglia]. Quando você faz uma cena como essa, você está ali, exposta, por mais que isso não seja uma questão. É uma grande exposição, um peso… Dois homens em cima de você que você não conhece, porque eu não conhecia os atores antes, fazendo força… E eu fiz força de verdade. Foram cenas desgastantes fisicamente. Não tem como não mexer comigo. Chorei várias vezes. E você não chora e corta. Você chora e tem que terminar de chorar. E depois começar a chorar de novo.
Glamurama – O choro vem mais fácil em uma situação como essa?
Carolina Dieckmann- Sim. Quando você está exausta, consegue acessar a emoção mais fácil. Não sou uma atriz muito técnica, sou mais intuitiva, mais emotiva. A situação emocional era muito forte.
Glamurama – E qual a função social do filme? Por que falar sobre estupro muitas vezes ainda é um tabu…
Carolina Dieckmann- Acho que quanto mais se falar sobre o assunto, melhor. Mas não acho que a gente deva exercitar um julgamento sobre o que a pessoa deve fazer após um estupro. Só a mulher que sofre a violência sabe o tamanho do problema. É sempre perigoso falar sobre isso porque parece que você está induzindo a pensar de um jeito, e não há um jeito certo de reagir uma violência. Não acho que uma pessoa que fale e que denuncie é mais certa do que uma que não fale. Isso é bem pessoal e a mulher não pode ser julgada.
Glamurama – E você já falava espanhol [no filme, Carolina fala o tempo todo em espanhol]?
Carolina Dieckmann- Eu não falava nada de espanhol. Tive um mês de preparação com uma professora, bem em cima do texto e criando um repertório para eu poder fazer substituições de palavras. Abaixo, confira as fotos da pré-estreia carioca. (Por Denise Meira do Amaral)
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