Caetano e Chico em um reencontro histórico no Rio. Saiba como foi

 

Caetano e Chico: noite memorável

Caetano Veloso cantou para uma plateia lotada nessa terça-feira no Oi Casa Grande, no Leblon. O local escolhido tem 926 lugares, bem menor que os endereços onde ele costuma fazer show. O respeito do público – tímido diante do ídolo – era tanto que o silêncio estava sepulcral. A luz, apenas um foco direcional, e o formato voz e violão talvez tenham contribuído para isso. Primeiro vieram “Luz do Sol”, “Copacabana”, “Você é Linda” e “Menino do Rio”. Sim, o baiano fez cover em seu set list, que exaltava a cidade.

Foi só quando Caetano esqueceu a letra de “Pé do Meu Samba” e riu de si mesmo é que as pessoas ficaram mais descontraídas e começaram a cantar junto. Aí ele também se soltou e contou algumas histórias. “Não estou enchendo linguiça, não”, brincou. No papo, até lembrou de seus bairros preferidos do subúrbio. “Amo Marechal Hermes”. Mesmo assim, foi uma apresentação delicada, sutil até o fim. “Leãozinho”, “Sozinho”, “Desde que o Samba é Samba”: era uma pérola atrás da outra. Foi então que Chico Buarque entrou, para uma participação especial de apenas uma música: “Medo de Amar”. A plateia o recebeu aplaudindo de pé.

E não é que Chico quis mais? Ninguém acreditou quando ouviu… “Não se afobe, não, que nada é pra já”. Caetano saiu para deixá-lo ter esse momento particular e sentou no chão no cantinho do palco, quase na coxia. Depois voltou, dizendo: “Íamos apenas cantar um clássico de Vinícius de Moraes, mas Chico é mais do que isso. Vamos fazer mais uma, pra gente ir embora satisfeito”. E os dois brilharam em um dueto em “O X do Problema”, de Noel Rosa. Foram ovacionados. Tanto que ainda teve bis. Eles fecharam a noite com “A Voz do Morro”. E todo mundo voltou para casa nas nuvens, cantarolando “Eu sou o samba, sou natural daqui do Rio de Janeiro”…

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