Esta edição do Burning Man, que começou sábado e vai até o dia 3 de setembro, tem toque especial made in Brazil. Isso porque o festival alternativo mais hypado do planeta, que invade anualmente o deserto de Black Rock, em Nevada, com instalações de artistas do mundo todo, conta com obra criada por uma mulher brasileira. Trata-se da estilista e escritora Stephanie Sartori, que mora em Los Angeles há dois anos.
Formada pela UCLA, Stephanie arrecadou fundos por meio de um crowdfunding para a criação de “One”, escultura espelhada da palavra ME (EU) que, colocada sob um ângulo de 90 graus de um grande espelho, reflete a palavra WE (NÓS), levando à conclusão que não há separação entre EU (ME) e NÓS (WE). Ambos coexistem como apenas UM (ONE).
“One ressalta a importância da empatia, compaixão e do não-julgamento. Nos lembra que não vivemos em um mundo binário, EU e NÓS, mas sim em um mundo intersecional, onde tudo está conectado, onde todos somos UM”, explica a artista.
E tem mais: durante o festival, ela estará posicionada em meio à Black Rock City, com sua máquina de costura, customizando trajes para serem usados por lá.
O festival foi criado em 1986 por John Law, Jerry James e Larry Harvey, este último morreu em abril, com uma filosofia de espírito livre e com a ideia de desconstrução social, cultural e financeira. Todos os anos atrai cerca de 70 mil “burners”, como são chamados os frequentadores do evento. Desde que começou a vender ingressos, em meados dos anos 90, o BM passou a doar fundos para artistas, o que permitiu o crescimento de projetos de arte em sua programação.