Cidade com o maior número de milionários em toda a Europa, Londres se tornou no fim de 2018 palco de uma mega-investigação sobre as origens nem sempre honestas das fortunas de alguns dos ricaços que vivem lá e que foram apelidados de “McMafia” pela imprensa local. Muito já foi descoberto, mas nada se compara aos gastos de Zamira Hajiyeva que vieram à tona nessa semana. Natural do Azerbaidjão, ela se mudou para a capital da Inglaterra em definitivo há quatro anos, mesma época que seu marido Jahangir Hajiyev – um banqueiro que chegou a presidir o maior banco estatal do país euro-asiático – foi condenado a 15 anos de prisão por ter sido considerado o coautor de um esquema fraudulento que desviou milhões de dólares da instituição.
Curiosamente, Zamira embarcou em uma suspeitíssima “shop therapy” de lá pra cá que, segundo as autoridades do Reino Unido, resultou em mais de £ 16 milhões (R$ 79,8 milhões) desembolsados pela socialite só na Harrod’s, a mais famosa loja de departamentos localizada em terras londrinas. Só para se ter uma ideia do tamanho da coisa, em apenas um dia a compradora claramente compulsiva torrou £ 600 mil (R$ 3 milhões) na parte reservada às grifes do hotspot comercial.
Da soma total deixada por Zamira no caixa da Harrod’s há ainda impressionantes de £ 1 milhão (R$ 5 milhões) em brinquedos, £ 4 milhões (R$ 20 milhões) em joias da marca Boucheron, £ 1,75 milhão (R$ 8,7 milhões) em produtos da Cartier, e £ 30 mil (R$ 149,7 mil) em chocolates da Godiva. Muito de tudo isso foi encomendado por telefone e entregue na casa dela em Knightsbridge, bairro nobre de Londres, um imóvel de £ 11,5 milhões (R$ 57,4 milhões) que supostamente foi adquirido pelos Hajiyevs de forma pouco ortodoxa.
Fã de tudo que leva o logotipo da Dior, da Fendi e da Celine, Zamira – que mantinha até um cofre na Harrod’s – já foi chamada pela Scotland Yard, a polícia britânica, para explicar de onde veio todo o dinheiro para bancar tantos mimos, sobretudo diante do fato de que seu marido, que sempre a bancou, passa uma temporada atrás das grades. A cliente dos sonhos de qualquer comerciante, no entanto, ainda não apareceu em lugar nenhum para dar sua versão dos fatos e corre o risco de ser declarada como fugitiva se não fizer isso o quanto antes. Quem não deve não teme, right? (Por Anderson Antunes)