Mais uma estrela de cinema da França resolveu minimizar a repercussão do movimento #MeToo, criado pela ativista social Tarana Burke e popularizado em outubro por atrizes de Hollywood, depois do escândalo sexual envolvendo Harvey Weinstein. Assim como Catherine Deneuve fez na semana passada, Brigitte Bardott disse em uma entrevista que, na maioria dos casos das mulheres que vieram a público para denunciar o produtor e outros poderosos da indústria do entretenimento, as alegações são “hipócritas, ridículas e sem interesse”.
“Muitas provocam esses homens com o objetivo claro de conseguir um papel em algum filme”, Bardot disse durante um bate papo com editores da revista “Paris Match”. “Isso [as denúncias de assédio e abuso sexual] ocupa o lugar de temas importantes que poderiam ser discutidos”. A protagonista de “Voulez-vous danser avec moi?” também aproveitou a ocasião para garantir que nunca sofreu assédio, apesar de ter sido um dos maiores símbolos sexuais dos anos 1950. “E eu achava agradável que me dissessem que eu era bonita ou que tinha um pescoço bonito. Este tipo de elogio é muito bom”, contou.
Vale lembrar que pouco tempo depois de criticar o #MeToo, Deneuve publicou uma carta na qual pediu desculpas às vítimas do movimento que se sentiram ofendidas pelo texto polêmico no qual ela e outras mulheres francesas defendiam o direito dos homens de “importunar” e criticavam o que consideraram uma caça às bruxas
hollywoodiana. Resta saber se Bardot, que renunciou à carreira no cinema em 1973 para se dedicar exclusivamente à defesa dos direitos dos animais, vai acabar seguindo o mesmo caminho da conterrânea. (Por Anderson Antunes)