Depois de seu diário que rodou o mundo, Anne Frank será eternizada mais uma vez. Um painel gigante feito por Eduardo Kobra da jovem alemã de origem judaica, que morreu em um campo de concentração aos 15 anos, será inaugurado neste domingo na parede de um prédio onde será construído o maior museu de arte de rua do mundo, em Amsterdã. Chamado “Let me be myself”, o mural tem 240 m² e fica em NDSM-Werf, ao norte da cidade.
“Sempre quis fazer um mural sobre Anne Frank. A sua triste história leva a uma profunda reflexão, já que a intolerância ainda persiste no mundo. Ao mesmo tempo, Anne inspira muitos jovens do mundo inteiro pela sua coragem e sabedoria. Apesar de tudo, ela nunca perdeu sua fé na humanidade e se manteve viva através da arte para transmitir esse sua história e legado”, explica Kobra. Para fazer o mural, ele, que está na Holanda acompanhado por dois artistas de seu estúdio, Agnaldo Brito e Marcos Rafael, usou 450 latas de spray e 35 litros de tinta acrílica.
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Com o novo mural, Kobra mantém o foco nos temas que marcam suas obras nos últimos anos. Em uma das suas séries mais representativas, o artista destaca em murais feitos em diversos países algumas das personalidades icônicas que contribuíram para a paz, liberdade, arte e o humanismo, como Nelson Mandela, Martin Luther King, Malala Yousafzai, Dalai Lama, Mahatma Gandhi, Madre Teresa de Calcutá e John Lennon.
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Pouco antes dos Jogos Olímpicos deste ano, Kobra encantou o mundo ao fazer no Rio o mural “Etnias – Todos Somos Um”, no Porto Maravilha. No mural estão representados os cinco continentes: Ásia – Karen, da Tailândia; Oceania – tribo Hulis, da Papua Nova Guiné; América – os Tapajós, da região amazônica; Europa – tribo Chukchis, da Sibéria; e África – os Mulsi, da Etiópia. A obra foi reconhecida pelo Guinness World como o maior mural grafitado do mundo.