Boni acaba de escrever um livro de ficção no qual simula a própria morte e reencontra personalidades que já não estão mais entre nós, o “Unidos do Outro Mundo – Dialogando com os Mortos”. Aproveitamos para conversar com ele sobre o assunto. “Quem não deixa pendências durante a vida tem mais chance de ter uma morte alegre e feliz. Conclamo todo mundo: dê amor antes de morrer”.
“Era uma dívida que eu tinha com os mortos”
“Não sou nostálgico. Nostalgia é insatisfação com o presente, e não saudades do passado. Estou muito satisfeito com meu presente. Saudades do passado tenho, sim, no sentido de que a vida naquele momento pra mim era um pouco mais tranquila do que é hoje. Só olhar para o nosso Brasil… Mas foi a saudade das pessoas que me fez escrever o livro. Existe sempre aquele arrependimento de não ter dito em vida o que deveria, de não ter manifestado todo o amor. A gente faz isso com as pessoas: está junto o dia inteiro, ama, mas não fala. É importante dizer. Me arrependi de não ter dito e agora estou dizendo. Era uma dívida que eu tinha com os mortos que amo. Escrevi sobre todos, mas tive que cortar para caber nas páginas, então deixamos os mais conhecidos”. Quem entrou na lista? Roberto Marinho, Chacrinha, Chico Anysio, Tom Jobim, Dercy Gonçalves, Miele…
“À procura dos caminhos que nós tínhamos encontrado”
“Não faço análise sobre a Globo de hoje porque já estou tão velhinho… Mas acho que a emissora está procurando seu caminho. Estou muito feliz com a equipe que está lá hoje. Sinto que eles estão de novo à procura dos caminhos que nós tínhamos encontrado no passado, e vão encontrar. É gente competente”. (por Michelle Licory)