Bob Wolfenson: “Posso tirar qualquer coisa de qualquer um”

Bob Wolfenson montou uma exposição na ArtRio, no Pier Mauá, e Glamurama foi conversar com ele nesta quarta-feira, dia da abertura da feira. “Fui chamado para fotografar o projeto ‘Deu na Telha’, com obras de artistas urbanos que foram colocadas nos telhados das casas do Complexo do Alemão, para serem vistas do teleférico da comunidade. Me pediram uma foto aérea, mas eu não queria fazer apenas um trabalho descritivo sobre obras dos outros… Queria interferir de alguma forma! Quem são as pessoas que colocaram esse projeto de pé? Quem instalou as peças, fez a produção? Foram os próprios moradores do Alemão. Então decidi fazer uma série de retratos dessas pessoas. Eles nunca tinham sido fotografados. Ficaram orgulhosos.”

Criador e criatura

* “Teve uma ressonância muito boa. Eu não quis fazer um registro comovente deles em suas casinhas, sentados em banquinhos. Coloquei todo mundo em um fundo branco, que iguala as pessoas, tira a hierarquia. Fica todo mundo na mesma e o que aparece é a personalidade e a geografia facial e corporal de cada um. Não quis nada cosmético. Não chamei maquiador nem cabeleireiro. E a maioria eu fiz com a luz do dia. Posso tirar qualquer coisa de qualquer um. Qualquer fotógrafo pode. Basta ir levando, deixando a coisa ao sabor dos acontecimentos, dando espaço para o outro se expressarem.”

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