Conhecido pelo comportamento excêntrico e por suas ideias fora do comum, Peter Thiel é do tipo que espera pelo melhor, mas se prepara para o pior. Tanto que ele comprou, em 2015, uma área de 193 hectares no sul da Nova Zelândia por acreditar que o país insular localizado na Oceania não será afetado no caso de uma catástrofe natural que assole o restante do planeta. O negócio custou a ele cerca de US$ 10 milhões (R$ 31,5 milhões).
A aquisição foi noticiada somente na última quarta-feira pelo jornal neozelandês “The New Zealand Herald” e teve grande repercussão nos Estados Unidos, não somente pelo motivo que levou Thiel a comprar as terras mas também pela revelação de que ele recebeu cidadania neozelandesa em 2011 sem preencher certos requisitos para isso, o que já resultou em uma investigação que está sendo conduzida pelo Parlamento da Nova Zelândia.
Thiel tem sido um personagem constante no noticiário americano por conta da proximidade dele com Donald Trump, a quem apoiou na corrida pela Casa Branca, ao contrário da maioria dos amigos dele no Vale do Silício, onde o republicano não é exatamente uma unanimidade. Além de ter participado da criação do PayPal, ele também foi o primeiro grande investidor a colocar dinheiro no Facebook – os US$ 500 mil (R$ 1,5 milhão) que usou para se tornar sócio de Mark Zuckerberg em 2004 se transformaram em mais de US$ 1 bilhão (R$ 3,15 bilhões) oito anos depois, quando o site de relacionamentos estreou na bolsa.
Outras apostas polêmicas nas quais ele investe parte de seus US$ 2,7 bilhões (R$ 8,5 bilhões) são a Thiel Fellowship, um programa que incentiva jovens com menos de 20 anos a trocar os estudos pelos negócios e a firma de criogenia humana Alcor, que trabalha no desenvolvimento de uma “cura” para a morte. Thiel, um dos maiores defensores da ideia, acredita que partir dessa para uma melhor é algo que deve acabar o quanto antes. “Sou totalmente contra isso”, ele disse há alguns anos em uma entrevista. (Por Anderson Antunes)