Bilionário americano acusa casa de leilões de ter danificado quadro avaliado em US$ 100 mi

Steve Wynn e a tela multimilionária assinada por Picasso || Créditos: Getty Images

Duas forças poderosas do mundo das artes estão prestes a entrar em colisão. De um lado, o bilionário americano Steven Wynn, dono de cassinos e amigo pessoal de Donald Trump, que também é um dos colecionadores mais agressivos do pedaço. Do outro, a casa de leilões Christie’s, líder mundial em vendas no martelo, que no ano passado bateu o recorde da indústria ao vender a tela “Salvator Mundi”, de Leonardo da Vinci, por inéditos US$ 450,3 milhões (R$ 1,66 bilhão) – o maior valor pago até hoje por uma obra de arte.

O motivo da discórdia? Wynn acusa os funcionários da Christie’s de terem sido negligentes com o manuseio de um quadro seu que estava sob a posse deles e que deveria ter participado de um leilão que a empresa organizou na última terça-feira em Hong Kong. Assinada por Pablo Picasso, a raridade intitulada “Le Marin” (“O Marinheiro”) precisou ser retirada na última hora da mesa de negociações porque foi misteriosamente danificada por uma peça de metal, sabe-se lá em quais circunstâncias.

Dono de uma fortuna pessoal estimada em US$ 3 bilhões (R$ 11,1 bilhões), ele afirma que a culpa só pode ser da Christie’s, que mantinha o quadro há dias em seus cofres. Os advogados de ambas as partes já trabalham em um acordo, mas é possível que o imbróglio termine nos tribunais, até porque a Christie’s diz que o Picasso datado de 1943 vale “só” US$ 70 milhões (R$ 258,4 milhões) – ou US$ 30 milhões (R$ 110,8 milhões) a menos do que estimado por Wynn. No momento, no entanto, a prioridade é ver se o estrago pode ser reparado.

Wynn nunca escondeu que investe em arte para ganhar dinheiro, e o curioso é que essa não é a primeira vez que ele vive uma situação do tipo. Em 2006, se descuidou e deu uma cotovelada em “Le Rêve” (“O Sonho”), outra pintura do artista espanhol que tinha tinha em sua coleção, quando a mostrava para um amigo. Inicialmente avaliada em US$ 139 milhões (R$ 513,2 milhões), acabou sendo vendida por muito menos tempos depois. (Por Anderson Antunes)

Sair da versão mobile