Responsável por orquestrar uma das maiores fraudes da história, que resultou em prejuízos de mais de US$ 65 bilhões (R$ 275,5 bilhões) para vários investidores e até em algumas mortes por suicídio, Bernie Madoff tem menos de 18 meses de vida, de acordo com seus advogados. Em mais uma tentativa de tirá-lo da prisão, o time legal do ex-bilionário arquivou em uma corte federal de Manhattan, nessa quarta-feira, um pedido de clemência às autoridades que têm poder para fazer isso, inclusive o presidente dos Estados Unidos Donald Trump, que pode conceder o perdão presidencial a qualquer condenado pelo sistema judicial americano (e em tese inclusive a si próprio, como o político sugeriu tempos atrás).
Segundo os advogados de Madoff, ele está no último estágio de uma doença renal grave e também sofre de outros problemas de saúde “crônicos e sérios”. O bom comportamento de seu cliente atrás das grades também seria um fator a favor de sua libertação. “É evidente que Madoff não apresenta risco para ninguém ou qualquer comunidade”, eles alegaram no documento, no qual também informaram que aquele que já foi um dos homens mais influentes do mundo das finanças global viveria de benefícios sociais caso ganhe a liberdade – o que é bem pouco provável, diga-se de passagem.
Madoff, de 81 anos, foi condenado a 150 anos de prisão em 2009 depois de confessar ter sido o autor de um esquema de pirâmide jamais visto antes, e que rendeu vários documentários e até um telefilme da “HBO” – “O Mago das Mentiras” – no qual foi interpretado por Robert De Niro (Michelle Pfeffeir viveu a mulher dele, Ruth Madoff, na produção). Atualmente encarcerado em um presídio federal da Carolina do Norte, o ex-rei de Wall Street costuma comprar o estoque semanal de chocolate instantâneo vendido na cantina do local, para em seguida revendê-lo com lucro, mas também já levou uma bofetada de um colega preso quando mudou o canal de uma TV que fica em um espaço comum sem pedir autorização. (Por Anderson Antunes)