Beatriz Milhazes, uma das artistas brasileiras mais valorizadas do mundo, fala de machismo nas artes, pandemia e novos projetos

Joyce Pascowitch e Beatriz Milhazes / Crédito: Reprodução

Nos anos 1980, as obras de Beatriz Milhazes já chamavam a atenção, não só pela originalidade, como pelas técnicas utilizadas. Mas foi apenas na década seguinte que a artista plástica, uma das mais valorizadas do mundo, se sentiu parte do meio e passou a viver de seu talento. “Nos anos 80, o meu trabalho não vendia. Levava um tempão para produzir, como ainda acontece hoje, e não vendia absolutamente nada. Então as minhas mostras eram uma ou outra coisa para colecionador. Realmente comecei em 1990, quando fiz uma mostra em que realmente me senti ali dentro, me encontrei naquele nicho e campo de observação. A partir desse momento o trabalho cresceu e foi aí que comecei a vender os meus trabalhos”, lembra ela, que se tornou famosa com suas telas sempre vibrantes.

Apesar do reconhecimento que conquistou internacionalmente e de ter obras vendidas por até 16 milhões de reais, Beatriz revela que o machismo é algo que se fez – e ainda se faz – presente em sua carreira. “Estava lendo um texto da Roberta Smith e é inacreditável o que ela sofreu. O Metropolitan (museu) fez uma grande mostra sobre a história da arte americana anos atrás e só tinha uma mulher, e isso é inacreditável. Quando olhamos países como Estados Unidos, entendemos o motivo do feminismo ter nascido lá”, conta.

Beatriz também aproveitou para falar de um projeto que está em andamento na Ópera de Viena: “Esse trabalho é para aquela cortina corta fogo usada na proteção de incêndio, que normalmente possui obras de arte quando estão abaixadas. Convidaram artistas contemporâneos para fazer um projeto nesse espaço. Foi incrível criar um desenho para a Ópera, fiquei muito emocionada. É um projeto temporário, um artista por ano”.

Confira o papo na íntegra aqui:

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