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Beatriz Milhazes || Créditos: Juliana Rezende
Beatriz Milhazes || Créditos: Juliana Rezende

Glamurama encontrou com Beatriz Milhazes na abertura da ArtRio, essa quarta-feira na Marina da Gloria, e aproveitou para conversar sobre… Quase tudo. Vem ler! (por Michelle Licory)

Primeiro assunto: o livro que ela vai lançar pela Taschen. “Será uma edição especial dentro de uma coleção sobre pinturas internacionais, monográfica, uma retrospectiva do meu trabalho dos anos 80 ate 2016. Será em quatro idiomas e conseguimos incluir o português, o que geralmente não tem, e assim vamos distribuir também no Brasil. O livro está sendo produzido há quase 7 anos e envolveu meu ateliê e as galerias que me representam para ajudar a refotografar as obras, pedir isso para museus e colecionadores”.

Da Gamboa a Naoshima

O que mais mudou durante essas três décadas? “Foi uma evolução, foi se afirmando a questão da abstração e da cor como estrutura”. Mais novidades? “Em abril, inauguro uma mostra na White Cube, em Londres, ainda sem nome, só com pinturas inéditas. É nisso que estou trabalhando agora. A exposição também terá as esculturas que mostrei aqui no Rio [‘Marola, Mariola e Marilola’] e a sala instalação ‘Gamboa’, sobre o Carnaval, com performance de dança com os bailarinos da companhia da minha irmã, Marcia Milhazes. Lá o espaço é gigante e comporta tudo”. Acabou? Não… “Além disso, no ano que vem finalizo o projeto que estou fazendo para aquelas ilhas no Japão, Naoshima [dedicadas à arte contemporânea, uma versão internacional de Inhotim, com instalações a céu aberto de nomes como Yayoi Kusama]. E também os dois murais grandes para o Hospital Presbiteriano de Nova York”.

“Eu sou internacional, mas nem todo mundo precisa ser”

Perguntamos o que Beatriz achou dessa versão mais “enxuta” da ArtRio, que já ocupou vários armazéns do Pier Mauá e hoje acontece em apenas um pavilhão, na Marina. “Está me parecendo muito bom, bem desenhado. O tamanho é mais aconchegante. Essas coisas muito gigantes todo mundo acaba se cansando no meio. E é um lugar bonito do Rio, agradável, que te convida a visitar”.

“A ArtRio mudou, ficou menor, tomou outro rumo, diferente do que era o projeto inicial. Mas eu acho que o evento pode se firmar exatamente numa questão mais local, em termos nacionais. O Brasil tem essa mania de querer ser internacional o tempo inteiro. Não é todo mundo que é internacional e não há uma necessidade disso”. É, mas Beatriz Milhazes é internacional… “Eu sou internacional, mas nem todo mundo precisa ser, e a feira pode atrair um público internacional, não necessariamente para ver galerias que já são vistas fora, e sim o que é brasileiro e, em uma segunda instância, latino-americano. Assim a ArtRio tem por onde seguir, e não competir com a feira de São Paulo, onde o mercado é mais forte”.

“Nada que fosse dramático”

A gente quis saber, na opinião de Beatriz, como a crise econômica atingiu o mercado de arte no país. “Eu não sinto grandes alterações. O mercado de arte sempre tem esses movimentos, como todo mercado: sofre alterações de acordo com fatores externos a ele, mas não senti nada que fosse dramático. É um período mais calmo, mas isso faz parte. Não tem como nenhum mercado viver sempre em euforia, dando picos, então acalma, até decai, mas nada muito significativo, apesar da grande turbulência em que o Brasil está”.

Só dá pena das obras de arte apreendidas na Lava-Jato, né? “Não, talvez elas estejam agora com melhores destinos, nos museus”.

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