Escolhido em 2008 pelo jornal britânico “The Times” como um dos 50 melhores escritores do Reino Unido, Ian McEwan tem o pé atrás com relação às escolas de seus filhos e dá até para dizer que ele tem um bom motivo para se sentir assim… Numa entrevista que deu recentemente para uma revista do país, o autor de clássicos como “Reparação”, “Amsterdam” e “Na Praia” revelou que certa vez precisou ajudar o filho Greg a resenhar um de seus textos mais conhecidos – “Amor Obsessivo” – para um trabalho de colégio e no fim a nota do garoto não foi das melhores.
“Confesso que até dei um tutorial para ajudá-lo sobre o que considerar. Não cheguei a ver o que ele escreveu, mas sua professora discordou fundamentalmente do que leu”, disse McEwan. “Acho que ele tirou nota 7, se não me engano”.
Na hora de falar sobre o atual momento da indústria literária, no entanto, o escritor fez jus ao apelido de “Ian Macabro” que ganhou no começo da carreira e se mostrou pessimista: “As vendas de livros de ficção, curiosamente, estão em queda livre e caíram cerca de 35% nos últimos cinco anos. Todo munto tem uma teoria: os novos lançamentos de televisão, talvez um cansaço dos leitores, ninguém sabe… Talvez o que estão escrevendo por aí simplesmente não seja bom o suficiente”.
Em tempo: best-seller de 2007, “Na Praia” foi adaptado para a telona sob a batuta de Dominic Cooke e deverá estrear nos cinemas do hemisfério norte no próximo dia 18. O drama ambientado na praia de Chesil, no sul do Inglaterra, terá Saoirse Ronan e o novato Billy Howle nos papéis principais, e foi considerado por um crítico do “The
Economist” melhor até que a obra original de McEwan na qual foi inspirado. (Por Anderson Antunes)