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Créditos: Maurício Nahas

Por Nataly Costa para a revista Poder de abril

Com apenas 26 anos, Daniel Rocha já tem cinco novelas no currículo e agora quer voltar às origens: fazer teatro-cabeça e montar textos de Tchékhov e Tennessee Williams

Nascido e criado no bairro do Ipiranga, em São Paulo, Daniel Rocha foi mais um daqueles garotos tímidos que os pais colocam no teatro para desinibir, um clássico na biografia de tantos atores. Mas, tirando isso, todo o resto na (ainda) breve carreira desse (ainda) garoto de 26 anos é inusitado. Primeiro porque ele já estreou em horário nobre na Globo – em Avenida Brasil, a até hoje insuperável novela das 9, que foi ao ar em 2012. Segundo porque, antes disso, já fazia teatro-cabeça em São Paulo desde os 17 – e logo no Centro de Pesquisa Teatral (CPT) de Antunes Filho, lenda viva da dramaturgia, um dos maiores encenadores do Brasil.

É como se Daniel Rocha fosse, apesar da pouca idade e da boa-pinta, o anti-Malhação – novela para a qual chegou a fazer teste, mas não entrou. “Às vezes, acho que Deus gosta mesmo de mim porque me tira de cada coisa… e me coloca em outras muito maiores”, conta. Os quase três anos em que passou no CPT não foram fáceis, como acontece em qualquer boa escola. Tanto que saiu de lá brigado e desiludido, cogitando nem levar adiante essa coisa de ser ator. “Como muita gente que vem de teatro, principalmente de grupos experimentais, tinha preconceito com TV. Porque você vê muita gente que não sabe por que faz arte, e eu sempre me preocupei com o que tinha a dizer.”

Hoje, cinco novelas depois – a última foi a recém-terminada A Lei do Amor –, pensa totalmente diferente. “Outro dia fui fazer a leitura de um texto superdifícil com um diretor de teatro. Ele falou: ‘Nossa, Dani, como você está sensível’. Respondi: ‘Foi fazendo televisão!’”, diverte-se. Tem a questão da maturidade também – para trabalhar na Globo, Rocha deixou sua casa no Ipiranga para morar longe dos pais, sozinho, pagando as contas, se virando. “Achava o Rio uma cidade meio pequena”, debocha o paulistano. Até hoje, prefere São Paulo “para se divertir”, enquanto a capital carioca é “para trabalhar”.

Já viveu seus dias de solteiro no Rio de Janeiro, mas agora leva uma rotina mais sossegada com Laís, uma dermatologista com quem namora há três anos. “Adoro ficar em casa vendo série. Sou fã de The Americans, acompanho os episódios assim que eles saem nos Estados Unidos. Também viciei em The Crown.” Apesar de já estar escalado para uma série da Globo, que começa a ser gravada no fim do ano, Rocha sente que é hora de dar uma parada e, como ele mesmo diz, “voltar às origens”: quer dedicar o restante do ano aos palcos, e tem planos de até lá montar um texto do paulistano Franz Keppler, além do clássico As Três Irmãs, de Anton Tchékhov, e outro de Tennessee Williams. “Li muita coisa que não leria, discuti muita coisa que jamais discutiria se não fosse o Antunes, se não fosse o teatro”, afirma, não sem se queixar da dificuldade que é montar uma peça no Brasil. “Fácil nunca foi, mas já teve mais patrocínio, investimento. Vai melhorar, eu espero.”

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