É na voz da cantora Anne Carrere, de 29 anos, que “Piaf! O Show” está rodando o mundo. O espetáculo comemora o centenário de Edith Piaf, um patrimônio da música francesa que faria aniversário em 19 de dezembro deste ano. Aqui no Brasil, o show já passou por Rio, Porto Alegre e Curitiba, chegando a São Paulo com 5 sessões extras no total, devido ao tamanho do sucesso. No palco, Anna é acompanhada por quatro músicos (piano, acordeão, bateria/xilofone e contrabaixo), e conta a história de Piaf desde os anos 30, quando ainda cantava nas ruas e bares para sobreviver. A segunda parte da atração revive uma das maiores apresentações de Edith, transportando o público ao Olympia, em Paris, nos anos 60.
“Piaf! O Show” foi inspirado no filme “Piaf – Um Hino ao Amor”, de Olivier Dahan, que rendeu o Oscar de melhor atriz para Marion Cotillard, em 2008. A última sessão na capital paulistana acontece neste sábado, no Teatro Bradesco, mas não sem antes Glamurama conversar com Anne Carrere, que diz “não se arrepender de nada”, à imagem e semelhança de sua personagem. Confira o bate-papo.
Glamurama: Você já gostava de Edith Piaf? Qual é a sua ligação com ela?
Anne Carrere: Quando eu era criança ouvia com a minha avó todas as canções de Piaf. Eu cresci com a voz dela, é parte da minha vida. Desde que me tornei cantora profissional, eu sempre cantei Piaf.
Glamurama: A vida de Edith Piaf foi trágica. Você acaba levando uma melancolia para fora do palco?
Anne Carrere: Não, porque tomamos uma decisão com Gil Marsalla, produtor e diretor de palco do show, de não mostrar muito as tragédias da vida de Piaf. Quisemos uma Edith Piaf no topo da carreira, do amor… Tudo muito dinâmico e vivo.
Glamurama: Como foi o preparo para dar vida a Edith Piaf?
Anne Carrere: Nós nos preparamos para o show por um ano com Gil [Marsalla]. Ouvimos 400 músicas de Piaf para escolher as certas para o espetáculo, e vimos 10 vezes o filme “Piaf, um Hino de Amor”. Também nos reunimos com pessoas ainda vivas que eram próximas de Edith Piaf, como Germaine Ricord e Bernard Marchois [amigos e confidentes da cantora francesa].Isso foi muito importante, porque eles contaram um monte de anedotas sobre Piaf que nós usamos no show.
Glamurama: Qual música de Piaf é mais difícil de cantar?
Anna Carrere: “L’Hymne à L’amour”, porque a letra e a música são muito fortes. Eu não consigo terminar a canção no palco sem chorar… E a platéia chorando comigo. É uma emoção muito grande em todo show.
Glamurama: O que você gostaria de dizer A Edith Piaf se pudesse?
Anna Carrere: Eu não me arrependo de nada e só agradeço por ter sido escolhida para este papel incrível. O show é um sucesso mundial graças a você.
Glamurama: Anne Carrere ou Marion Cotillard ?
Anna Carrere: Marion Cotillard é uma grande atriz, mas não uma cantora. Ela não executou as canções no filme. Já Anne Carrere não é uma atriz, e sim cantora. Mas as duas possuem paixão pela história de Edith Piaf. Eu só espero que meu desempenho ao cantar Piaf seja tão bom quanto o de Marion ao atuar.